quarta-feira, dezembro 29, 2010

Mensagem de ano novo

Faço das palavras de Lauteamont a minha mensagem de ano bom pra vocês!
Que a poesia reine em nossas vidas!

beijos a todos e abraços enormes.

Ordinary life.

Dexter: Do you have a dream for your life? Your future? Yes?
Rita: Of course. Do you?
Dexter: It might sound weird. I want to someday be content. Just feel comfortable, like everyone else. I want...
Rita: ...a normal life?
Dexter: Yeah, a normal life.
Rita: That's all I want. Just that.
Dexter: No fame and fortune? Excitement at every turn?
Rita: No, I've had enough excitement, thank you. I'll take boring.
Dexter: Average.
Rita: Ordinary.
Dexter: That's weird, huh?
Rita: Yeah.

quinta-feira, dezembro 09, 2010

L'Oreal face.

Essa é a dona da L'Oreal.
Aquela mulher que tem todos os cosméticos milagrosos de graça!
Daí, garotas, se constata o óbvio:
Bobagem gastar grana com creminhos!
Pra ficar assim é melhor seguir a natureza,
é mais econômico, ecológico e conveniente.

:)

segunda-feira, dezembro 06, 2010

Do sabor do ócio.

Gosto dos dias vazios.
Do não fazer nada de importante para fazer o que realmente importa.

Livre para não me obrigar a nada!

Conversar só pra jogar conversa fora.
Sentir brotar do deixado ao acaso o que há de mais bonito na vida:
cumplicidade.

Cúmplices com o universo inteiro,
parte de tudo o que cerca,
existindo sem precisar e sem ter que.

Cabeças e corpos jogados ao léu,
ao vento que sopra os cabelos na janela,
ao mar que transborda no suor salgado.

Fazer nada e se preencher de vida!

A feiticeira e o (anti)nauta

Ah Jasão ingrato
vai-te pra bem longe.

Me lançaste ao pó,
ao árido, à poeira seca
da terra que não dá frutos.
Me empoeiraste, Jasão.
Me tornaste opaca.

Te dei meus beijos, meu sangue.
Meu suor recebeste com mel,
mas me deixaste a morrer de sede ao teu lado.

Ah Jasão, tu não cabes mais em mim.
Me banhei na tempestade,
me hidratei até me afogar.
A chuva inundou meus passos,
me fez líquida e luminosa.
A chuva me fez liquidar tua presença em mim.

Hoje sou feita do que não te pertence, Jasão.
Sou feita do que és incapaz de entender e tocar.

Na tua terra rachada minhas gotas não se derramam,
não tentam mais escorrer pelas tuas fendas escuras, tuas paredes duras.

Sempre foste inábil para viver a chuva,
beber a enchente,
lamber a umidade
que invadia tua casa inóspita.

Jasão de barro quebradiço e farelento!
Precisas de mais para virar terra fértil, lar acolhedor!

Agora eu sou pomar, Jasão!
Pomar molhado de orvalho e carregado de frutas.
Minhas árvores renasceram no temporal.
A água limpou tua névoa seca de areia ao vento.
Sou verdejante outra vez.

domingo, dezembro 05, 2010

Do que não me pertence.

Caindo.
No sonho estou caindo.
Sem parar.
Caio e ainda me empurram, para cair mais.

É uma sensação de agonia.
Mas que parece não ser minha.

Como é possível carregar a bagagem alheia, se a nossa já é tão grande?

Tive a sensação de me apagar, de acabar.
Não gosto disso.

Prefiro o lugar ensolarado.
A cama quente.
A vida que segue.

Estancar no meio do caminho, não me condiz.

quinta-feira, dezembro 02, 2010

Poema curto.

(Escrito no ônibus, caminho de casa.)

'As compras de Perséfone'

Perséfone foi às compras.
Se perdeu no meio do pomar.
Caiu em uma pilha de enlatados.
Encontrou uma novo lugar.

segunda-feira, novembro 29, 2010

Impressão boa de São Paulo.

Tudo o que há, existe ali.
Demora pra chegar em qualquer canto da cidade, as pessoas vivem correndo, aglomerações por toda a parte...
Mas o que você quiser tem por lá!
Variedade, diversidade, possibilidades!

Isso é muito bom e sempre vale a visita!

Ainda mais quando a gente tem amigos queridos morando por lá!
:)

Impressões de São Paulo - II

Dias depois que voltei de São Paulo, mais precisamente um dia depois, eu tive um sonho:
- Eu voltava pro sítio onde morei por dez anos, quando era mais nova. Só que quando eu chegava lá... tudo estava cimentado. Muitas casas construídas, uma do lado da outra. Quase não se via o verde da grama e das árvores, o verde que eu tanto gostava. Não havia horizonte que não fosse cortado por paredes, telhados, garagens.

terça-feira, novembro 16, 2010

Impressões de São Paulo - parte 1

Visistei São Paulo durante uma semana.
E uma das impresões que tive foi relativa a semelhança entre o movimento das pessoas nas estações de metrô e a do gado nas breteiras (nome daquele corredor de cerca onde o gado fica confinado).

Reparem no vídeo: há um cercado onde as pessoas se colocam, ele afunila a aglomeração e direciona a "manada" para a entrada do vagão.



Fiquei pensando em como a situação chegou no ponto onde está, no que poderia ser feito diferente, mas ainda não cheguei a nenhuma conclusão.

Nesse outro vídeo está o gado de quatro patas e cascos duros. Mas a semelhança entre este e as pessoas no metrô de SP não desaparece na minha cabeça.



Quem foi o fazendeiro que teve essa idéia de tratar as pessoas na estação como gado?

quinta-feira, outubro 21, 2010

Estatísticas de acesso à dissertação de mestrado

Fiquei sabendo, através do e-mail de Newton Silva (mestre em teatro pela UFRGS, como eu), que o site do lume/ufrgs apresentava estatísticas de acessos e downloads das dissertações lá disponíveis.
Fiquei curiosa e fui olhar...
A minha dissertação foi parar no Japão!! (Quem levou? Pra que vai usar? Será que gostou do que leu?)

Fiquei impressionada com o número de acessos e o alcance, em termos temáticos e geográficos, do meu trabalho!

Estou com muita vontade de colocar o pé no acelerador do blog de estética!

Aiai!
Cliquem no link e confiram quantas pessoas e quantos países estão me lendo!
hehehehe

:)

quinta-feira, outubro 14, 2010

quinta-feira, outubro 07, 2010

Recado pros amigos.

Ahhhh e pros amigos preocupados com os posts tristonhos e melancólicos... to legal gente! Feliz! Cansada de tanto trabalhar (por isso escrevendo pouco aqui), mas MUITO FELIZ!

Tenho pensado em colocar por aqui algum link ou mesmo trecho dos textos que tenho produzido, mas ainda não me adequei a essa vida de atualização virtual constante.

Talvez agora com a tarefa de atualizar o site do NEMES, núcleo no qual tenho desenvolvido atividades dentro da Bolsa de Apoio Técnico que o CNpq me concedeu, eu consiga criar uma rotina virtual adequada.

Meu blog de textos sobre estética ficou parado em algum lugar no tempo... fiz um post e esqueci.
Por isso ele nem é aberto ao público ainda!

Estou com saudades dos amigos e com vontade de comemorar meu aniversário no fim do ano mesmo! Super fora da data, mas quem é que precisa de data pra comemorar estar com as pessoas queridas???

Abraços e beijos festivos a todos!

C'est la vie.

C'est la vie - Emerson, Lake & Palmer

Ouvi essa música hoje pela manhã no caminho da faculdade pra casa.
Sempre achei podre de brega essa música... mas hoje, por algum motivo, gostei e achei muito bonita!

Segue pra compartilhar com vocês.
:)


terça-feira, outubro 05, 2010

Carta de amor

Em tempo de publicar aqui no blog uma criação bonita.
Ótimo vídeo com texto e voz de Gabriel Pardal e trilha sonora de Douglas Dickel.

Esses garotos são artistas pra qualquer meio de expressão! E viva a arte deles em qualquer parte!

"Amor também é a dor, o seu avesso e o seu sintoma mais latente."
Angela Francisca


terça-feira, agosto 24, 2010

Contrariando.

Só pra contrariar a minha última postagem,
na semana do meu aniversário (18/08) fez verão em Porto Alegre!
Roupas coloridas e curtas saindo do armário,
corpos brancos se esquentando ao calor do sol!

terça-feira, agosto 03, 2010

Ai ai.

Chegaram os dias tão frios, nem o sol esquenta...
Pés congelantes e pessoas-urso que queriam hibernar!

quinta-feira, julho 22, 2010

Kim Basinger e o ladrão.

Não ter chão é a pior sensação.
Não pertencer a lugar algum.
Não estar aqui nem lá.
Isso dói - com acento agudo.

Nas minhas peregrinações de amor,
acabei perdendo casa.

Perdi a terra que era minha porque não estava lá pra defender.

É estranho pensar que por estar ausente, tu comece a deixar de existir.
Porque essa é a sensação que tenho tido - de deixar de existir.

Mas não é um deixar de existir pra mim, mas deixar de ser pros outros.
Como se eles não reconhecessem mais os contorno do meu rosto,
porque mudou muito rápido e de repente eu posso ser a impostora que tomou o lugar da "Kim Basinger".

Não quero que me percam.
Quero continuar lá, mesmo que não sendo a mesma.
Quero sair e saber que posso voltar,
porque vão me reconhecer quando eu bater na porta do ladrão.

segunda-feira, julho 12, 2010

Por um lugar na terra.

Uma colega de trabalho no bar disse o seguinte na madrugada desse sábado:

- Relacionamentos são como viagens de avião - com aquele frio na barriga na decolagem... turbulências... mas quando a viagem acaba... a gente desce e, se quiser, simplesmente sobe em outro avião.

Me cansa pensar em viajar tantas vezes.
Acho que estou como um roqueiro que deseja se aposentar, porque não aguenta mais ficar indo de cidade em cidade. Alguém que quer ficar em casa. Que quer ver todo o dia a mesma paisagem familiar e todas as mudanças que nela ocorrerem com as estações e com o passar dos anos.

Me assusta a possibilidade de ficar sempre indo de um aeroporto pro outro.
De nunca ter chão pra pisar.

Quero uma casa, onde eu possa descansar a cabeça no travesseiro que tem o meu cheiro... e não daqueles amaciantes de lavanderia!
Quero poder colar adesivos nas paredes sem me preocupar se a parede deve permanecer branca, sem as cores da figurinha ou sem a mancha de cola quando ela cai.
Cansei de estar indo e voltando.
Quero parar e virar lugar.

Segunda: dia do Ócio.

Primeiro dia sem fazer nada.

Que falta o ócio me faz...

Hoje é um dia de chuva em Porto Alegre,
perfeito pra ficar em casa e se entregar ao fazer nada.

Eu sento na minha cama com o computador no colo;
Visito sites bobos de decoração;
Respondo testes no facebook;
E ouço o barulho sútil da chuva fraca que não cessa.

Preciso estudar pra um concurso.
Mas vou deixar pra amanhã.

Não tenho coragem de me negar o prazer de ficar ociosamente feliz.
Sou boa comigo mesma e me dedico esse momento de sublime meditação.
Dia vazio e repleto.

:)

segunda-feira, junho 21, 2010

Joseph Campbell:

"O homem não devia estar a serviço da sociedade, esta sim é que deveria estar a serviço do homem. Quando o homem está a serviço da sociedade, você tem um Estado monstruoso, e é exatamente isso o que ameaça o mundo, neste momento."

Das asas que preciso.

Estou andando de um lado pra outro.
Vai e vem.

E o chão se abriu no meio do caminho.

Meus pés não tocam terra, nem concreto, nem lodo... só ar...
O ar fica embaixo dos meus pés e eles não sentem mais o peso do corpo, nem sabem como andar.

Eu tinha um ponto. Um espaço traçado.
A borracha apagou.

Agora eu tenho um vazio.
Um vazio concreto de substância.

Aprender a ter asas é preciso, porque os pés já não servem muito pra andar.

sexta-feira, junho 18, 2010

Homo ludens.

E o sexo é brincadeira.
É jogo de bicho.
Capuz, venda, cabra-cega.
Esconde e mostra.
Morde e suga.
Gira. Salta. Aperta e puxa.
Sal de mar e de suor na saliva.
Alegria e êxtase.
Catarse que purga o mal na infância dos adultos.
E exaustas, as crianças finalmente dormem.


segunda-feira, junho 14, 2010

Chamada a cobrar.





Existem fios, como aqueles de centrais telefônicas antigas que as telefonistas conectavam e descoctavam ao início e fim de cada ligação.
Eu tenho muitos fios, mas não sou uma boa telefonista.
Às vezes pego um fio e ligo, faço ligações cruzadas que me dão mais informação do que pedi. E geralmente não sei o que fazer com isso.
Os fios se enrolam a as minhas mãos tentam desesperadamente completar a ligação antes que caia. Me enrolo mais. Enrolo mais. E as pessoas do outro lado do telefone ficam ouvindo uma musiquinha cansativa de caixinha de música - monocórdia.
E cadê o outro lado da linha?
Mas enfim, essa telefonista se espanta com o que escuta. Porque ao mexer com tantos fios conecta alguns que são pra ela mesma! A questão é que nem sempre identifica de quem vem a chamada e pra que é.
Muitos fios. Muitos.

quarta-feira, maio 19, 2010

Colorir-me.

Tenho percebido que ainda estou dentro de mim.
Que não consigo me deixar sair.
Que o medo prevalece e me torna insípda e incolor do lado de fora.

Não sei como se faz o movimento de colorir.
Mas acho que estou aprendendo.
Aprendendo a usar cores novas.

Colorir e borrar o traço... pra sair do contorno pré-moldado... pra ser forma própria... única e irreproduzível.

quarta-feira, maio 05, 2010

sexta-feira, abril 23, 2010

blup blup blup

Tarde chuvosa em Porto Alegre.
Semana chuvosa e quente, apesar da estação.
Semana que vem também será chuvosa, não lembro se quente.

Faz tempo que não escrevo nada por aqui.
Faz tempo que não consigo tempo pra mim.
Sempre tantas coisas.
Sempre há muito o que fazer.

E devagar vem uma sensação de morte...

Penso no navio.
Penso no mar.
Sem ondas, mas revolto nas profundezas.

Submarino.
Telescópio.

E eu que não sei nadar.

Nem no mar, nem na chuva.

No hay banda.



theatricalizing self

melodramatic tatics

face it, it is the self-theatricalizing, fictionalizing, performative line

self-theatricalizing roles are all distancing strategies to cover

blinded by their self-theatricalizing fantasies

a self-theatricalizing in which social life becomes a spectacle

the theatricalized self can be saved from its own potential for a terroristic mode of desire

quarta-feira, março 31, 2010

Mensagem recebida 30/03/2010 11:57

Remetente: Douglas Dickel

Sem tua voz viva entrando pelos meus ouvidos, quente pela saliva, não tem mais graça. Teu hálito sugado na minha língua. Teu sorriso que meu coração mastiga. Teu cheiro humano de flores suaves. (...) Mãos que hipnotizam, pés que me excitam. Amo cada característica tua, Angela Francisca. Te quero sempre e pra sempre. Bom dia, minha aurora.

Mensagem recebida 30/03/2010 11:57

p.s. como não amar?

sexta-feira, março 26, 2010

Medo de mim, de ti em mim.

E a paixão era ruim.
Pois tirava dela a vontade de ser livre.

Apaixonada, ela queria pertencer. Queria perder o direito de ser uma. Era dele, existia com ele e quereria o que com ele viesse.

Era assustador se ver de forma tão passiva, pacifica.
Tinha medo de isso amornar as aguas correntes dentro dela.
De amansar o animal selvagem e forte.

E se depois acabasse por se tornar um reflexo? E se perdesse o brilho proprio de quem pensa por si? E se depois se perdesse e morresse em si propria?

Essa vida em dupla aterrorizava...

No entanto, não conseguia desejar outra coisa.
O sentimento vinha mais forte do que qualquer razão disponivel.

Queria infinitamente o que mais temia.
E corria o risco.

De tanto amor.

Eu olhei nos olhos dele.
Senti o cheiro do homem que grudava na minha pele.
Deixei me molhar em suor, em gotas que repousaram na minha alma.
Desejei a eternidade em nosso caminho juntos.
Quis ter um filho.
Quis chorar.
Quis ser dele e nada mais.

sexta-feira, março 12, 2010

quinta-feira, março 04, 2010

aviso!

Angela Francisca
está apaixonada por
Douglas Dickel.

04/03/2010

terça-feira, março 02, 2010

Por mais e sempre.

Mais e mais forte e mais rápido e mais intenso.

Tudo o que parecesse metade não fazia sentido.

Era preciso ser inteiro, estar inteiro.
Era preciso ter a alma em jogo.

Desejo de se misturar até não mais existir sem ele.
Até fazer parte dele e tê-lo parte de si.

Uma vontade insana, demente.
Sufocada em prol da vida que poderia se esgotar ali.

Mas a vida ressurge na morte...
na morte do medo de ir longe demais,
em quem almeja a eternidade e nada mais.

:*

segunda-feira, março 01, 2010

Quem?

Sinto falta de estar sozinha.
De não ter nada pra fazer e ficar sentada, numa cadeira na sacada, olhando o vento nas arvores, por horas.
Saudade da sensação de ser minha.

Pois é que esse não é tempo de estar so,
é tempo do outro.
De ser e estar com ele.
Aquele que não conheço e que me enxerga e me diz outra.
Não me reconheço nas palavras dele.
Me reconheço nele e é isso o que me parece mais estranho.

:)

sábado, fevereiro 27, 2010

quarta-feira, fevereiro 24, 2010

Lado Vinícius que diz:

Encontro.

quantas vezes me enganei.
quantas vezes me equivoquei.

Tropeços, quedas, feridas, trapaças.

um sentimento guardado, louvado, zelado.
puro ar em um peito apertado que não consegue mais aguentar.

Corri até com os pés descalços.

mas você chegou até mim quando parei de te procurar.

domingo, fevereiro 21, 2010

Dos patins no gelo.

Eles não são medalha de ouro; não são exatamente sincrônicos, nem exatamente precisos; mas fazem as apresentações mais bonitas na minha opinião!

Gosto da leveza, do sentimento expresso, dos movimentos em conjunto, em sequência, em harmonia. Gosto da qualidade fluida, da parceria que constroem.
E isso tudo me parece muito mais importante e imponente, do que a qualidade objetiva das acrobacias sobre os patins!


quinta-feira, fevereiro 11, 2010

Do meu, do teu e dos braços vazios.

Me espantei quando proferi a seguinte frase:
- "Eu ja te dou muita coisa, eu quero que tu me dê algo de teu também."

Me espantei porque... que direito eu tenho de querer que alguém me dê qualquer coisa??? Soou quase como uma troca, uma negociação, e não, não deve ser uma negociação!

Eu quero e quero muita coisa.
Mas se eu dou algo de meu é porque quero dar e pronto.
Quero que alguém guarde um pedaço meu. Quero que alguém me tenha um pouco. Me carregue consigo um pouco.

Mas se esse alguém não quiser me dar algo de seu... é seu direito!
E o meu querer não tem nada a ver com isso!

Meus braços permanecerão vazios apenas.

domingo, fevereiro 07, 2010

Alice - open the window!

Olho através da janela.
Quero ir pra fora.
Não saio, fico dentro.

Olho pela minha janela,
dentro da outra janela.
Perspectiva extremamente pessoal.

Pessoal intransferivel,
pelo que contém na minha janela,
dentro da outra janela.

Meu braço atravessa o vidro.
Se molha com a chuva.
Meu corpo respira do outro lado.
Espaço e tempo pra respirar.

Corpo de areia seca,
que se molha e vira barro.
Que se molha e vira chão.
Que se molha e fica são.

:)

Bana[n(i)i]lidades.

Por vezes, penso que sofro de banalidade crônica.
Por outras, me surpreeendo que o banal de uns é o estranhamento de outros.
E por vezes, ainda, me surpreeendo com a ausência de banalidade em mim mesma.

:)

terça-feira, fevereiro 02, 2010

Rebobinando.

Resolvi rebobinar e voltar a um trecho que copiei da Martha Medeiros e coloquei num post antigo:

"Enquanto a paixão se esgota em si mesma e não está interessada no amanhã, o amor é ambicioso, se pretende eterno, e para pavimentar essa eternidade não mede esforços.(...) Amar é a transgressão maior. É quando rompemos com a nossa solidão para inaugurar uma vida compartilhada e inédita.(...) nada é mais revolucionário e poderoso do que o que a gente sente. Nada. Nem mesmo o que a gente pensa."
(Martha Medeiros)

Mas complemento que a revolução não se faz sozinho; é preciso sempre duas pessoas; duas que jamais serão uma; diferentes e individuais; mas que se acompanhem e se admirem.

:)

segunda-feira, fevereiro 01, 2010

Mais um momento Animal Planet. Fight.

The Fox vs. The Lynx

Dispersão de pensamentos.

* Lição da enfermeira de aves machucadas:
- Quando elas bicam... é porque esta na hora de libertar.

* A planta suculenta precisa criar espinhos.

* O que é nuvem com o vento se dissipa, se move, e depois de um tempo é como se nunca houvesse existido.

* Cortei o dedo, sangrou um pouco. Doeu. De hoje em diante... sem mais escoriações.

sábado, janeiro 30, 2010

Sobre mim.

Sou como os meus olhos:
verdes apenas para os olhares mais atentos.

:)

quinta-feira, janeiro 28, 2010

Breve descrição de ontem.

Dia vazio.
Tudo parecia intocável.
Inerte.

Mas um arco-iris vem à janela.
Se expande e desaparece.

Ele muda a cor e o tom da voz.
Sorriso que brota como uma flor frágil.

Pausa no dia de pausa, pra respirar.

Há vida na rua. Vida que retorna à mim.

Doces sabores da noite.
Adocicados como fruta boa e doce-de-leite.

:)

quarta-feira, janeiro 27, 2010

Chiquinhas.

Meu nome tem Francisca por causa da mãe do meu pai - a Chiquinha original, de quem herdei o apelido tb.

Mas eu nunca havia me dado conta de que herdei na verdade o nome completo dela, em verdade o nome de casada... porque o nosso sobrenome é o mesmo tb!

"Francisca Almeida de Oliveira"

Acrescente o "Angela" na frente e sou eu.

Muito bizarro isso.

Trapaça.

Fui trapaceada.

E é so isso que tenho pra dizer por hj.

domingo, janeiro 24, 2010

O sacrifício do Minotauro

Ainda carrego resquícios de anos passados.
De coisas vividas ao longe.
Detesto me lembrar de tantas coisas e senti-las ainda tão vivas.

Queria esquecer algumas tantas lembranças,
pra viver apenas do que interessa.

20 e 10 vai ser o ano de cremar a matéria zumbi que resta em mim.
Partes que existem como morto-vivo.
Pedaços mortos de uma vida que ainda pulsa dentro do meu aparelho orgânico,
e que se desfaz fora dele.

Quero ser somente vida vivaz!
Vida que vive em qualquer lugar e que se expande...
que não estagna nem anda em círculos.

Vou sair do labirinto e cometer o sacrifício do Minotauro...
é o sangue dele ou o meu... e eu não quero mais sangrar.

The lynx.

Olhos de lince.

Olho de lince sobre mim.
Presa desatenta.
Cada movimento capturado por olhos sagazes.

Olho de lince que alcança o longe.
Que me caça à distância, mesmo que eu fuja.
Me rastreia, sem seguir pegadas, pelo cheiro, pelo som.

Lince.
Gato arisco.
Morador das florestas densas,
que conhece os segredos e se move em silêncio.
Antecipa meus passos.
Me revela a mim mesma, sem se expor.

Não o vejo.
Não o ouço.
Mas o pressinto.

O lince espreita.
E eu, raposa selvagem, não sei o que quer de mim.

:)

sábado, janeiro 23, 2010

Poema sem nome e em duas vozes.

a brisa sopra folhas em meus ouvidos
algumas são verdes, algumas são secas
tocam suavemente a cartilagem imovel
da minha orelha ainda quente
e ansiosa
e saborosa
as folhas deslizam sobre a roupa amarrotada que encobre o meu corpo
correm alegres por cada morrinho que faz a malha felpuda e doce
aos poucos meus pés se deslocam do chão
minha cabeça pende pra trás e pairo em forma de lua
lua reluzente na noite sombria, clarividente em pleno dia
a música fraca dos lobos uivantes, as pintas bonitas que tenho na fronte
uma floresta que brota de folhas que caem
uma floresta que cai nas folhas em branco
e preenche o vazio de linhas não escritas
em cores e imagens bonitas
em dores suaves inéditas
e movimentos delicados e inebriantes
e tudo que se pode fazer num sábado ensolarado
é se deixar levar pela brisa e pelas folhas que caem

(-escrito por Angela Francisca e Douglas Dickel via Facebook-)

Todas as canções tristes.

Adoro Chico e Tom e Vinicius e Edu...
Adoro aquelas musicas com nome de mulher!
Adoro a delicadeza do que dizem e o modo singelo como tudo o que é profundo se pronuncia!

Mas definitivamente não gosto daquela musica chamada 'Ângela'.
Me disseram certa vez que é uma canção linda, com toques jazzisticos...
Mas não consigo aguentar o tom melancólico, lamento.

Existem, sim, outras tantas canções melancólicas das quais eu gosto...
mas essa é a que não consigo ouvir inteira, sei la por que razão.

Algumas musicas têm vindo em minha direção nos últimos tempos, inclusive!
Sempre musicas tristes, mas bonitas.

Fico a me perguntar se em alguma medida essas canções me refletem?
Eu e minhas perguntas infinitas.

terça-feira, janeiro 19, 2010

Nas Cartas.

Hoje joguei o Tarot.

Ele apareceu como Rainha de Ouros.
Ele apareceu como Rei de Ouros.

Certa vez era Rainha de Copas, era Cavaleiro de Espadas...

Agora é Ouro.

Ele e ele e ele e ele e eu.

Eu...
não tenho coragem de me perguntar ao Tarot.

:)

terça-feira, janeiro 12, 2010

Ave sorrateira.

Do outro lado do oceano existe um pássaro.
De plumagem alva e beleza discreta.
Ele é um ser migratório e por vezes esteve perto de mim.

Quando ao meu lado esteve - guardei algumas plumas.
Plumagem macia.

Mas ao contrario da superfície de seu corpo,
suave ao toque,
seu ser é áspero - irritadiço e arredio.

Ele me bica e fere sempre.

Quando toco suas plumas sai sangue de meus dedos, ainda agora.

segunda-feira, janeiro 11, 2010

Musica pra criança ouvir.

Como pode um peixe vivo viver fora d'agua fria...
Como pode um peixe vivo viver fora d'agua fria...

Descabida.

Sou do tipo de pessoa que se atrapalha com quase tudo.
Do tipo que é mal interpretada.
Do tipo que se des-diz.
Do tipo que não sabe.
Do tipo que não cabe.

:)

Uma casa muito engraçada.

O que é ter uma casa?

O que é uma casa?

De que ela é feita?

Onde encontro a minha?

Tenho me perguntado nos últimos tempos.

Espero as minhas respostas.

domingo, janeiro 10, 2010

O bife.

Gosto de flertar.
Confesso.

Mas me irrita depois de um tempo.

Trata-se de um esporte pra curtas partidas e longos intervalos.

Quando o tempo se prolonga... me sinto um bife.
Um pedaço de mim cortado, pedaço de carne abatida, pronto pra ser deglutido e excretado.

Péssimo isso, eu sei!

Mas é o que sinto.

Me agradam os olhares lânguidos e prolongados... sugestivos e sem palavras.
Me agrada a proximidade dos corpos que evitam o toque mas demonstram que querem.
Me agrada algo meio escorregadio, fugidio e ao mesmo tempo entregue que existe no flerte.

Mas detesto quando de repente tudo isso se transforma num jogo de poder pra ver quem aguenta mais tempo sem fazer nada; uma masturbação pra quem não quer sair de sua acomodada posição; um fantasiar solitário que torna o outro objeto e não mais participante!

A brincadeira divertida vira algo perverso.

E mesmo meu lado masoquista não curte isso.

quarta-feira, janeiro 06, 2010

O barulho la fora.

A importância de ser só.

Ja coloquei essa musica por escrito aqui no blog, mas agora coloco esse vídeo lindo da Elis!!




:)

terça-feira, janeiro 05, 2010

Da nudez.

Ainda me espanto com o espanto de alguns ao se depararem com a nudez dos corpos humanos.

Nascemos nus. Somos naturalmente nus.

O que nos monta e cobre e encobre são mascaras e capas e escudos adquiridos artificialmente.

Percebo que aqueles que mais se chocam com a nudez ou que ficam mais horrorizados com ela, são aqueles que pouco contato têm com a nudez própria.

E dessa vez falo não da nudez do corpo mas a nudez do eu.

São aqueles que desconhecem a si mesmos e escondem de si próprios o seu espírito nu.
São os que ainda acreditam que são o que mostram; que a superfície é o real; e que o que desconhecem não existe.


E a alma vasta e impura de sua própria existência lhes surpreende e assusta.
A nudez.

Pilulas de sabedoria Claudiana:

Seu Cláudio é o dono do bar onde estou fazendo uns 'bicos' desde dezembro passado.
Ele é uma pessoa sabida!

Segue uma pérola proferida ontem à noite:

- A gente tem que se achar, se não ninguém vai achar a gente!

:)

Membros fantasmas.

Passei o revellion na praia.

No caminho de volta lembrei de um pedaço de mim que se foi.
E hoje lembrei de pedaços tantos outros que também se foram.

E me deparei com o seguinte pensamento:

- Eles haviam ido embora muito antes de eu perceber... parece que tenho a síndrome do membro fantasma; um pedaço de mim é amputado e continuo a senti-lo por la.

O Merleau-Ponty fala dessa situação em algum dos seus escritos que li mestrado afora...

Meus membros fantasmas foram amputados também nesse revellion! Todos eles!

Feliz ano que começa!

Feliz 20 e 10 pra todo mundo que de bem houver!!!

E começo o ano com vontade de escrever...

Vontade de escrever coisas curtas, pequenas e repletas!

Abraços e beijos de corpo inteiro pra vocês... porque assim é que é bom!

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