segunda-feira, junho 21, 2010

Joseph Campbell:

"O homem não devia estar a serviço da sociedade, esta sim é que deveria estar a serviço do homem. Quando o homem está a serviço da sociedade, você tem um Estado monstruoso, e é exatamente isso o que ameaça o mundo, neste momento."

Das asas que preciso.

Estou andando de um lado pra outro.
Vai e vem.

E o chão se abriu no meio do caminho.

Meus pés não tocam terra, nem concreto, nem lodo... só ar...
O ar fica embaixo dos meus pés e eles não sentem mais o peso do corpo, nem sabem como andar.

Eu tinha um ponto. Um espaço traçado.
A borracha apagou.

Agora eu tenho um vazio.
Um vazio concreto de substância.

Aprender a ter asas é preciso, porque os pés já não servem muito pra andar.

sexta-feira, junho 18, 2010

Homo ludens.

E o sexo é brincadeira.
É jogo de bicho.
Capuz, venda, cabra-cega.
Esconde e mostra.
Morde e suga.
Gira. Salta. Aperta e puxa.
Sal de mar e de suor na saliva.
Alegria e êxtase.
Catarse que purga o mal na infância dos adultos.
E exaustas, as crianças finalmente dormem.


segunda-feira, junho 14, 2010

Chamada a cobrar.





Existem fios, como aqueles de centrais telefônicas antigas que as telefonistas conectavam e descoctavam ao início e fim de cada ligação.
Eu tenho muitos fios, mas não sou uma boa telefonista.
Às vezes pego um fio e ligo, faço ligações cruzadas que me dão mais informação do que pedi. E geralmente não sei o que fazer com isso.
Os fios se enrolam a as minhas mãos tentam desesperadamente completar a ligação antes que caia. Me enrolo mais. Enrolo mais. E as pessoas do outro lado do telefone ficam ouvindo uma musiquinha cansativa de caixinha de música - monocórdia.
E cadê o outro lado da linha?
Mas enfim, essa telefonista se espanta com o que escuta. Porque ao mexer com tantos fios conecta alguns que são pra ela mesma! A questão é que nem sempre identifica de quem vem a chamada e pra que é.
Muitos fios. Muitos.