sábado, setembro 27, 2008

Vão

Todas as palavras em vão.
Todo o sentimento vão.

O vão.

Vãs expectativas.
Que no vão se foram.

Para o resgate no vão espero ter forças.
Uma corda firme
e mãos fortes para segurar.

:)

Co-incidir

Co-incidir

Eu estou aqui.
Eu falo o que sinto.
Eu digo o que penso.
Coincidência.

Eu estou aqui.
Mas não me vêem.
Não me tocam.
Coincidência...

De que é feito
o dois?
Se só existe o um?

Coincidência
imposta
existe?

:)

quarta-feira, setembro 24, 2008

Frases de Beauvoir...

Algumas frases da Senhora de Beauvoir:

"Que nada nos defina. Que nada nos sujeite. Que a liberdade seja a nossa própria substância."

"É na arte que o homem se ultrapassa definitivamente."

"Querer-se livre é também querer livres os outros."

"O homem é livre; mas ele encontra a lei na sua própria liberdade."

"Por vezes a palavra representa um modo mais acertado de se calar do que o silêncio."

"Quando se respeita alguém não queremos forçar a sua alma sem o seu consentimento."

"Renunciar ao amor parecia-me tão insensato como desinteressarmo-nos da saúde porque acreditamos na eternidade."

"O presente não é um passado em potência, ele é o momento da escolha e da ação."

Definitivamente uma mulher admirável.

:)

Homenagem à Castor


Simone de Beauvoir foi uma mulher admirável.
Sei que é pedir muito...
mas gostaria de ter pelo menos um pouco de sua grandeza.

Ela era imperfeita,
como os grandes devem ser.
Uma imperfeição confrontada aos seus ideais sublimes.

Era humana.
Era aprendiz.

Uma mulher que compreendia os amores necessários e os contingentes.
Que se engajava em causas sociais e jamais foi alheia ao outro.
Vivia segundo sua própria consciência.
Compartilhava.
Queria que o outro também tivesse direito a todas as alegrias.

Ela pensava.
Ela sonhava.

Mas agia acima de tudo.
Não se negava ao que fosse realmente importante.

Viveu em batalha.
Viveu plenamente.

Acho que vale a pena espiar o site...
http://www.simonebeauvoir.kit.net/index.htm

(link roubado do http://cursodegurias.blogspot.com/)

:)

terça-feira, setembro 23, 2008

Musiquinha melancólica

Uniformes
Kid Abelha

Eu ouço sempre os mesmos discos
Repenso as mesmas idéias
O mundo é muito simples
Bobagens não me afligem
Você se cansa do meu modelo
Mas juro, eu não tenho culpa
Eu sou mais um no bando
Repito o que eu escuto
E eu não te entendo bem

E quantos uniformes ainda vou usar
E quantas frases feitas vão me explicar
Será que um dia a gente vai se encontrar
Quando os soldados tiram a farda pra brincar

A minha dança, o meu estilo
E pouco mais me importa
Eu limpo as minhas botas
Não sou ninguém sem elas
Você se espanta com o meu cabelo
É que eu saí de outra história
Os heróis na minha blusa
Não são os que você usa
E eu não te entendo bem

E quantos uniformes ainda vou usar
E quantas frases feitas vão me explicar
Será que um dia a gente vai se encontrar
Quando os soldados tiram a farda pra brincar

:)

Dizer um não à mãe que há em mim

Eu,
às vezes,
tenho um comportamento muito maternal
com os meus amigos e com as pessoas que gosto.

Me preocupo.
Tento ajudar.
Espero sempre ser capaz
de trazer algum alento
alguma luz
à escuridão do problema.

Mas isso nem sempre é bom.

Fico pensando na relação que tenho com a minha mãe,
por exemplo...
penso em todas as vezes que ela tenta me dizer alguma coisa,
sem que eu tenha perguntado nada!

Eu me irrito.
Nego qualquer possibilidade de verdade naquelas palavras.
Me afasto.

Nunca quis repetir esse padrão com meus amigos
- o de falar sem ser indagada;
mas às vezes fica difícil evitar.
Escapa.

E no entanto,
pensar sobre isso agora
me faz lembrar o quão importante
é saber dominar esse impulso de zelo...
que por mais bem intencionado
não é bem-vindo.

Porque sinceramente eu acho
que uma das coisas
que mais almejamos na vida
é ser responsáveis por nossas próprias ações,
ser responsáveis por nosso bem e mal
e sozinhos passarmos por tudo isso.

:)

segunda-feira, setembro 22, 2008

O maior desejo do ser humano é ser humano.

Ainda remoendo a carne de assuntos antigos,
tenho pensado...

Clarice diz no seu livro que
o maior desejo do ser humano é ser humano
e que o ser humano é só.

Mas ela flui e segue...

Ela diz que somos um corpo, um único corpo,
que em si nos delimita, nos restringe.

Fadados a essa existência singular
não nos é permitido experimentar a liberdade
plena
aquela que tornaria possível nos misturarmos
e viver o outro.

Estamos sempre partindo de um lugar que é o corpo,
que é a individualidade humana concreta.

No que essa é uma individualidade intrínseca, real, intransponível, permanente.

Mas ao mesmo tempo...
o corpo permite conhecer o mundo!

Onde vivemos e convivemos
com tudo o que nos cerca,
dentre o visível e o invisível.

Ele nos permite estabelecer contato.

E isso leva a ponderar que...
se nosso corpo nos restringe,
ele também é permeável.

E se estivermos atentos
somos capazes de perceber
o movimento.

O movimento que só o contato produz.

E no fim acho que é dessa aprendizagem que o livro dos prazeres fala...
que te abre mais ao mundo e te faz perceber os movimentos sutis,
a mistura.

Quando deixamos de ser um só,
para ser só.
Ser simplesmente.
Só.

sábado, setembro 20, 2008

Poema pra lembrar.

Todas as cartas de amor são ridículas

Todas as cartas de amor são
Ridículas.
Não seriam cartas de amor se não fossem
Ridículas.
Também escrevi em meu tempo cartas de amor,
Como as outras,
Ridículas.
As cartas de amor, se há amor,
Têm de ser
Ridículas.
Mas, afinal,
Só as criaturas que nunca escreveram
Cartas de amor
É que são
Ridículas.
Quem me dera no tempo em que escrevia
Sem dar por isso
Cartas de amor
Ridículas.
A verdade é que hoje
As minhas memórias
Dessas cartas de amor
É que são
Ridículas.
(Todas as palavras esdrúxulas,
Como os sentimentos esdrúxulos,
São naturalmente
Ridículas.)

- Alvaro de campos

:)

quinta-feira, setembro 18, 2008

Buscando forças (mais Clarice).

"Estava caindo numa tristeza sem dor. Não era mau. Fazia parte, com certeza. No dia seguinte provavelmente teria alguma alegria, também sem grandes êxtases, só um pouco de alegria, e isto também não era mau.
Era assim que ela tentava compactuar com a mediocridade de viver.
Mas era tarde: ela já ansiava por puros êxtases de alegria ou de dor. Tinha era que ter tudo o que o mais humano dos humanos tinha. Mesmo que fosse a dor, ela a suportaria, sem medo novamente de querer morrer. Suportaria tudo. Contanto que lhe dessem tudo.
Não. Ninguém lhe daria. Tinha que ser ela própria a procurar ter. Inquieta, andava de um lado para outro do apartamento, sem lugar onde quisesse se sentar. Seu anjo da guarda a abandonara. Era ela mesma que tinha que ser sua própria guardiã."

Me responda...

Se eu disser simplesmente que eu te amo, tu acredita?

...

O óbvio.

Ok.
Confesso o óbvio.
Me apaixono e não tenho controle.

Sonho acordada, suspiro e me perco do mundo!

Só que é sempre pra doer.

Paixões não me fazem bem.

Não gosto das paixões.
A inspiração que elas me trazem sim, gosto.
Mas delas não.

...

terça-feira, setembro 16, 2008

Das dores plenas

Vou te enxergar finalmente
e te arrancar de mim.
Te transformar em pedaço
de uma história passada
e que hoje causa graça.
Fazer de ti o riso
que não carregas contigo.
E te deixar no caminho
perdido
nas interrogações
que teimas em não responder.

Vou colocar na caixa,
contigo,
todos os sonhos e fantasias
que criei,
como criei a ti.
Me desprender
de filhos criados pelo amor.
Mas que são feitos no pó
que o vento leva
sem deixar traços.

Vou deixar a mochila leve,
pro caminho que vou seguir.
Vou deixar a mente livre,
a alma livre.
De uma liberdade conquistada
a dores plenas
e desejos gigantescos.

:)

Comigo mesma, de novo.

Estou com muita coisa pra falar e não posso.
Estou com muita idéia na cabeça pra colocar em prática e não posso.

Estou ficando cansada desses "não posso".

Até porque na verdade eu posso... mas não sei se quero.
Tenho medo.
De novo ele.

Temas repetitivos.
Situações que continuam inalteradas.

Sonho com mudanças.
Almejo mudanças.
Quero mudanças.
Espero pelas mudanças.

Mas ainda não sei como agir pras mudanças.

...

Vigilha.

De novo eu na luta comigo mesma.
Tentando controlar o pensamento desvairado que me leva a criar coisas que não existem.

E de novo sem ter com quem falar...
que falta que faz minha terapeuta!

Eu tenho uma capacidade imaginativa que me faz subir... subir... como já comentei aqui o tal balãozinho de hélio...
Esse balão tá pra ultrapassar a atmosfera!
e bom... muitas coisas são destruídas antes de chegar no espaço...
como o balãozinho de hélio!

Como é difícil controlar nossos próprios pensamentos.
Requer disciplina.
Constância.
Tempo.

E sou ansiosa.
Enfim... nada de novo nisso.

Espero dessa vez conseguir resultados, quem sabe, mais efetivos.

sexta-feira, setembro 12, 2008

Súplica

É preciso ter calma.
Paciência.

Nem todos agem com bom senso.
Nem todos agem com respeito aos direitos alheios.

Se eu tenho direito à paz... pode sempre haver alguém que a perturbe.
Não se vive sozinho no mundo.

É preciso ter calma e paciência.

Mas como eu gostaria de saber me defender antes de precisar da calma e da paciência!

Estou me dando conta de tantas coisas que preciso aprender pra viver...
todos os dias peço à mim mesma pra ser forte e persistir.
Peço à Deus, ao Universo, ao que houver de superior: lucidez e coragem pra alcançar esses objetivos!

E finalmente poder viver.

...

quinta-feira, setembro 11, 2008

Na releitura.

Relendo a Clarice me deparei com uma coisa que relacionei à mim...

"Agora lúcida e calma, Lóri lembrou-se de que lera que os movimentos histéricos de um animal preso tinham como intenção libertar, por meio de um desses movimentos, a coisa ignorada que o estava prendendo - a ignorância do movimento único, exato e libertador era o que tornava um animal histérico: ele apelava para o descontrole - durante o sábio descontrole de Lóri ela tivera para si mesma agora as vantagens libertadoras vindas de sua vida mais primitiva e animal: apelara histericamente para tantos sentimentos contraditórios e violentos que o sentimento libertador terminara desprendendo-a da rede, na sua ignorância animal ela não sabia sequer como,
estava cansada do esforço de animal libertado."

...

terça-feira, setembro 09, 2008

Replay

Um dos meus posts favoritos...

http://mundopatalogico.blogspot.com/2005/01/semanas-em-dias.html

Espero que os que já leram gostem de relembrar...
e os que ainda não haviam lido gostem tanto quanto eu!

:)

segunda-feira, setembro 08, 2008

I was dreaming awake

Dreams
The Cranberries


Oh my life
Is changing everyday
Every possible way

Though my dreams
It's never quite as it seems
Never quite as it seems

I know I felt like this before
But now I'm feeling it even more
Because it came from you

And then I open up and see
The person falling here is me
A different way to be

La larara larara larara la

I want more
impossible to ignore
impossible to ignore

They'll come true
impossible not to do
impossible not to do

And now I tell you openly
You have my heart so don't hurt me
You're what I couldn't find

A totally amazing mind
So understanding and so kind
You're everything to me

Oh my life
Is changing everyday
In every possible way

Though my dreams
It's never quiet as it seems
Cause you're a dream to me

:)

Passou.

Só pra dizer que passou.

Não me desgosto mais como antes... agora até gosto de mim...
To tranquila.
Calma.
Coloquei tudo pra fora e me acalmei.

Sempre lembrando que as minhas loucuras não devem ser levadas ao pé da letra... tudo é exagerado...mas espero que por pouco tempo!

Um dia alcançarei a minha paz sozinha e isso será maravilhoso!

Já dizia o Nelson Ned (hehehe):
Mas tudo passa tudo passará... e nada fica, nada ficará...

:)

domingo, setembro 07, 2008

Pra secar as lágrimas

Nesse exato momento eu precisava conversar...
mas não tenho coragem de falar com ninguém.

Tanto lamento poderia afastar as pessoas.
E eu gosto muito delas perto de mim pra correr esse risco.

Estou escrevendo porque talvez assim o meu choro pare.

Talvez eu leia depois de um tempo e entenda alguma coisa de tudo isso...
porque agora eu não consigo entender.

Só me julgo inadequada, errada, cruel comigo mesma!
E todas as músicas que escuto me machucam.
Não tenho consolo.
Só as lágrimas caem e depois secam,
num rosto cheio de linhas de preocupação e de rejeição por si mesma.

Não me faço de vítima.

Só preciso colocar pra fora o que eu sinto por mim mesma.
E nesse momento não são coisas boas...
porque não consigui me dominar, me controlar.

Ainda indócil, indomada, incerta.

Eu já estou tão cansada de mim mesma.
Farta de tanta coisa imensa, de tanto sentimento
que não cabe em mim e nem em relação nenhuma.

Quero descanso e não encontro.
Quero conforto e não encontro.

Eu queria tanto ser capaz agora de me amar e não dá...
um problema capital pra tudo talvez.

Mas daqui a pouco passa.
É sempre assim, passa.
Vou esperar passar.

Na tempestade

Às vezes tenho a sensação de que o melhor é ficar quieta.
Calar tudo.
Guardar tudo.

Mas as coisas dentro de mim são sempre tão grandes que nunca consigo guardar por muito tempo.

E elas vêm como avalanche e me ultrapassam... e sufocam ao outro como sufocariam a mim se eu calasse.

Não quero fazer nada errado e no entando faço tudo errado.

Me sinto perdida por mim mesma.
Over demais...
impossivel de qualquer um suportar,
inclusive eu mesma.

No entanto eu continuo.
Por alguma razão eu continuo.
Vivendo, existindo e amando profundamente.

Mas tudo que é demais destrói.
Eu sou destrutiva.
Preciso aprender a construir...
antes de destruir o que de precioso tenho a minha volta.

Preciso encontrar a bonança da tempestade.

Talvez assim eu me suporte.
E alguém me ame.

Medo

O medo...
o medo me faz agir contra mim.

O medo se esconde pra não ser derrotado.

O medo me trás a segurança dos covardes.

O medo.

Como vencê-lo?

Como ganhar a mim?

Ganhar a mim e te dar de presente...sem o medo como casca.

O fim do livro

Acabei de ler o livro da Senhora Lispector.

Li ontem de madrugada as últimas páginas,
que pela noite eu não tivera coragem
tentando protelar a sua existência dentro de mim.

Ok. Li.

E chorei copiosamente.
Nunca chorei com um livro.
Mas com este eu chorei.

Não sei se pelo livro em si ou pela estranha fusão que fui construindo com ele...
Ele me perturbou, me desconcertou, me destruiu.

Depois dele quero ficar a zero.
Quero me limpar de toda a marca, de todo o resto,
pra me fazer de novo.

Ser outra mas eu mesma, talvez pela primeira vez eu mesma.

Estou em dor por algum motivo que vai além do livro, além de mim, além de qualquer coisa única.
Estou em dor por um conjunto de coisas e também pela primeira vez não sei se quero parar de doer.
Sempre se busca a ausência da dor como se isso fosse ser feliz...
Mas agora me parece que só viver a dor e aguentá-la trará alguma alegria real e não de superfície.

As pílulas de felicidade deixarei pra depois.

Dessa vez tentarei aguentar a minha dor em plenitude.

Não é uma atitude masoquista. É uma atitude de quem quer finalmente enfrentar os medos pra não teme-los jamais.

Vou aguentar.
Vou ultrapassar o portal.

...

sábado, setembro 06, 2008

Games that we play

Bom, essa semana me rendi ao convite de ir pra noite!
Fazia tempos que isso não acontecia...
(No que não conto minha comemoração de aniversário regada à gin tônica.)

Saí.
Fui ouvir músicas do Tim Maia na noite fria de Porto Alegre.

E essa informação só entra aqui... porque agora fiquei me surpreendendo com as minhas observações sobre o comportamento das pessoas na tal "noite".

Chegamos na festa.
Arrumados.
Observando tudo em volta.
E todos fazem o mesmo movimento.

É descaradamente uma caça!
Explicitamente caça!

(Me senti constrangida... mas ok... se começa o jogo - siga as regras!)

A música toca, as pessoas dançam, se tocam - se esbarram.
Se olham e se analisam.

De repente aparece alguém interessante.

Parte-se para a etapa seguinte.

O movimento que cabe:
fala-se alguma bobagem...
se dá uma resposta que predisponha outra...
(e caso a pessoa tenha algum conhecido em comum facilita muito!)
começa-se uma conversa sobre qualquer coisa comum...
e se faz render o assunto... muito... se descobre muitas possibilidades diferentes de falar de alguém, do tempo ou do casaco que se precisa carregar a noite toda por causa do frio!

Os homens geralmente fazem uma pose como quem não se importa com nada ao redor...
as mulheres bancam as doces criaturas capazes de serem amáveis até com o bandido da esquina!

tá... se rola de ficar mais perto... vêm os beijos...e depois segue-se a natureza!

ou se joga mais uma etapa (pra quem precisa muito se distrair):
vai um pra cada lado com mais um telefone na agenda;
repetindo os mesmos movimentos até a paciência ou os hormônios tomarem conta!

Noutra noite se faz a mesma coisa...
e o ciclo continua...
sem trazer exatamente nada de novo...
porque todo mundo segue a mesma regra.

Já joguei o jogo por muito tempo.
Agora tenho achado isso muito estranho.
Até cogito razões pra isso... razões complexas impossíveis de serem colocadas em palavras curtas.

:s

sexta-feira, setembro 05, 2008

Portis-a-head.

Essa música... essa música.
Nothing to say.

Glory Box
Portishead

I'm so tired of playing
Playing with this bow and arrow
Gonna give my heart away
Leave it to the other girls to play

For I've been a tempteress too long

Give me a reason to love you
Give me a reason to be... a woman
I just wanna be a woman

From this time unchained
We're all looking at a different picture
Through this new frame of mind
A thousand flowers could bloom
Move over and give us some room, yeah

Give me a reason to love you
Give me a reason to be... a woman
I just wanna be a woman

So don't you stop being a man
Just take a little look from outside when you can
Sow a little tenderness
No matter if you cry

Give me a reason to love you
Give me a reason to be... a woman
I just wanna be a woman
It's all I wanna be, it's all, a woman

For this is the beginning of forever and ever

:)

Claricices.

Mais de "Uma aprendizagem ou o livro dos prazeres":

(...)

Ulisses estava atento, imóvel. Lóri continuou:
- Parece tão fácil à primeira vista seguir conselhos de alguém. Seus conselhos, por exemplo. Já agora ela falava sério:
- Seus conselhos. Mas existe um grande, o maior obstáculo para eu ir adiante: eu mesma. Tenho sido a maior dificuldade no meu caminho.É com enorme esforço que consigo me sobrepor a mim mesma.
Ela jamais falara tantas palavras em seguida. Por isso queria evitar o principal. De repente porém notou que se não dissesse o final, nada teria dito, e falou:
- Sou um monte intransponível no meu próprio caminho. Mas às vezes por uma palavra tua ou por uma palavra lida, de repente tudo se esclarece.
Sim, tudo se esclarecia e ela surgia dentro de si mesma quase com esplendor.
- Sim, disse Ulisses. Mas você se engana. Eu não dou conselhos a você. Eu simplesmente - eu - eu acho que o que eu faço mesmo é esperar. Esperar talvez que você mesma se aconselhe, não sei, Lóri, juro que não sei, às vezes me parece que estou perdendo tempo, às vezes me parece que pelo contrário, não há modo mais perfeito, embora inquieto, de usar o tempo: o de te esperar.

(...)

:)

terça-feira, setembro 02, 2008

Música na tarde da esfinge

Frases soltas, escutadas na tarde, preenchidas pelo pensamento e pelas combinações possíveis.
Música em algo da vida, canção em reflexo no coração, som vagando sem ter onde parar.

"You say I'm a dreamer, we're two of a kind
Both of us searching for some perfect world we know we'll never find
So perhaps I should leave here, go far away
But you know that there's nowhere that I'd rather be
than with you here today"

e continuo a ler e a ouvir e a sentir o mundo em mim.

:)

... o livro dos prazeres

Um pouco do livro que estou lendo...
um livro da Senhora Lispector...
um mergulho profundo na alma!


(...)

E não era porque ele esperava por ela, pois muitas vezes Lóri, contando com a já insultosa paciência de Ulisses, faltava sem avisar-lhe nada: mas à idéia de que a paciência de Ulisses se esgotaria, a mão subiu-lhe à garganta tentando estancar uma angústia parecida com a que sentia quando se perguntava "quem sou eu? quem é Ulisses? quem são as pessoas?" Era como se Ulisses tivesse uma resposta para tudo isso e resolvesse não dá-la - e agora a angústia vinha porque de novo descobria que precisava de Ulisses, o que a desesperava - queria poder continuar a vê-lo, mas sem precisar tão violentamente dele. Se fosse uma pessoa inteiramente só, como era antes, saberia como sentir e agir dentro de um sistema. mas Ulisses, entrando cada vez mais plenamente em sua vida, ela, ao se sentir protegida por ele, passara a ter receio de perder a proteção -
- embora ela mesma não soubesse ao certo que idéia fazia de "ser protegida": teria, por acaso, o desejo infantil de ter tudo mas sem a ansiedade de dever dar algo em troca? Proteção seria presença? Se fosse protegida por Ulisses ainda mais do que era, ambicionaria logo o máximo: ser tão protegida a ponto de não recear ser livre: pois de suas fugidas de liberdade teria sempre para onde voltar.

(...)

:)

segunda-feira, setembro 01, 2008

As palavras e os silêncios

O que se diz e o que não se diz?
Eis a questão do momento!

O que se diz é mais verdadeiro do que o que se silencia?

Particularmente eu acho que o que se diz é meio balela...
ao menos em muitos casos!

Se bem que ao mesmo tempo...
o que se diz é o que a gente afirma pro mundo e daí passa a ser fato!
Quando se diz uma palavra a gente torna existente o abstrato, o pensamento imaterial de nossos cérebros irriquietos.

Como é complicado saber o que dizer em situações importantes!
Situações importantes estão repletas de expectativas...
de projetos...
de planos futuros.
Dizer a palavra adequada é colaborar pra que todas essas coisas se tornem fato!
No contrário é direcionar tudo para o lado oposto, pra tudo o que não se espera e que provavelmente não se deseja.

Na tentativa de falar o adequado muitas vezes não se fala o mais importante.
E na tentativa de alcançar as expectativas, pode se falar tanta bobagem...
tem gente que mente,
tem gente que dissimmula,
todos omitem!

O que dizer e o que não dizer é decisão individual.
E só as consequências indicam se o que foi dito e o que foi silenciado levou para o caminho que se esperava ou não... no que aí isso seria dizer se foi certo ou errado.

Não acho que existe certo e errado.
Existem caminhos diferentes.
Possibilidades diferentes.

E nisso já faz bastante tempo que não me preocupo mais em saber se as decisões que tomo são as certas...
me preocupo apenas se elas condizem com meus desejos mais profundos.
Certo ou não é relativo demais.