quarta-feira, março 04, 2020

Das origens nunca fica o vazio.

Hoje foi o dia em ela se foi. Aquela que me produziu no ventre repleto de amor e esperança na vida.
Aquela que me ensinou que a gente sempre segue.
Aquela que foi a mais forte na existência difícil.
Aquela que cantava.
Aquela que sempre achava que eu merecia mais.
Aquela que sempre me puxou as orelhas.
Aquela que me deu colo até os 40 anos.
Aquela que me ensinou a sorrir.
Aquela que me olhava orgulhosa da cria.
Aquela que sabia do meu imenso amor por ela.
Aquela que lia os livros na minha infância. 
Aquela que não deixava o meu pai me segurar no colo, porque tinha medo que eu caísse. 
Aquela que me comprou as roupas mais bonitas.
Aquela que me fez cafuné. 
Aquela que meteu o dedo na cara de homem que brigou com a filha dela.
Aquela que nunca se aquietou.
Aquela que fez arte na infância e na velhice.
Aquela que foi a mais viva das mulheres.
Aquela que se orgulhava da maternidade e estendia o afeto para além do sangue.
Aquela que resistiu apesar da adversidade.
Aquela que amou o meu pai.
Aquela que sempre foi grata.
Aquela que vive em mim.
Angelina.