quinta-feira, outubro 23, 2008

Mãos

Eu vejo a escada
e os degraus consecutivamente se sucedem.
Na minha frente uma mão se estende.

Uma mão aberta.

Aberta pra segurar a minha,
aberta pra me dar sua força,
aberta porque não consegue se fechar.

É impossível se negar a essa mão.

Ela é dada de graça.
Não te pede nada,
não te exige nada,
não espera nada
a não ser que você a segure.

E eu seguro.
Alcanço com a minha mão também aberta
essa outra mão que me busca.

São duas mãos na verdade.
Duas mãos.

Dos bobos que pensam...

Essa coisa de ficar pensando em todas as possibilidades, nas ações mais adequadas, nas consequências que podem decorrer de determinadas situações... é bobagem de estrategista!

Ok... com essa afirmação esse blog vai quase inteiro por água abaixo!
(já que muitas vezes foi exatamente por causa desses pensamentos,
ou pelo menos por não conseguir escapar deles,
que criei muitos dos posts que estão por aqui!)

Mas é que por agora pensar está atrapalhando.

Em muitos momentos da vida
é preciso só deixar as coisas serem...
dar espaço pro cérebro não se estressar
e tudo fica bem...
A vida segue e as pessoas continuam vivas.

O que muda é só a carga de preocupação que é quase nula!
E isso é bom... porque a gente sempre se preocupa com muito mais do que o fundamentalmente necessário.

Dores de cabeça: somente as inevitáveis!

Portanto... que todas as outras desapareçam.
Deixe que os outros explodam suas próprias cabeças
e salve a sua!
Porque se o mundo cai com as bolsas,
você continua de pé!

:)

quarta-feira, outubro 22, 2008

A song for us

A song for people who just have fun.

Dancing Days
(do Led... mas prefiro a versão do Stone Temple Pilots...)

Dancing days are here again
As the summer evenings grow
I got my flower, I got my power
I got a woman who knows

You know it's all right
I said it's all right
I guess it's all in my heart
You'll be my only, my one and only
Is the way it should start?

Crazy ways are evident
In the way you're wearing your clothes
Sippin' booze is precedent
As the evening starts to glow

I said it's all right
You know it's all right
I guess it's all in my heart
You'll be my only, my one and only
If that's the way it should start

I told your mama I'd get you home
But you didn't say I have no car
I saw a lion, he was standing alone
With a tadpole in a jar

I know it's all right
You said it's all right
I guess it's all in my heart
You'll be my only, my one and only
If that's the way it should start

Dancing days are here again
As the summer evenings grow
You are my flower, you are my power
You are my woman who knows

You know it's all right
I've said it's all right
I guess it's all in my heart
You'll be my only, my one and only
If that's the way it should start

:)

segunda-feira, outubro 13, 2008

Os alertas e a superfície

Agora me pergunto...
qual a finalidade em compartilhar a superficialidade?

O que se ganha além de um bálsamo?

O prazer que não agrega conhecimento, que não agrega apoio, que não tem função prática, serve?

Serve.
Pra alguma coisa deve servir.
Pra muita gente os olhares fechados devem servir...
assim como os toques em uma pele coberta,
como os beijos sem saliva
ou como o sexo pela internet: sem suor, sem cheiro, sem voz humana.

Mas e pra mim serve?

De novo parece que faço algo, mas não faço o mais imporante.
Me parece pela metade.
Me parece qualquer coisa.

Me parece uma possibilidade de êxtase abortada.

Mas antes de mais nada parece que me escondo de novo.

Opa! Opa! Opa!

Algum alerta soou por aí e eu me assustei.

Resta levantar a cabeça, pisar no acelerador e encarar o precipício de frente.
No fundo ele é só um buraco e num salto eu estou do outro lado.

:)

segunda-feira, outubro 06, 2008

Perséfone

A lenda de Perséfone tem me instigado muito.

Talvez porque enquanto arquétipo... eu tenha me identificado com ela...

e mesmo que eu não queira ela está em mim.

Bom, segundo a lenda (resumidamente e grosseiramente falando):

Perséfone, filha de Deméter, passeava por um prado e colhia narcisos
quando Hades, soberano do reino dos mortos, apaixonado por ela...
a raptou.

Hades levou Perséfone para o Reino Avernal
de onde ela jamais poderia sair sem a sua permissão.

Sua mãe, com a ausência da filha, entrou em tristeza profunda.
Deméter, a deusa da fertilidade, da terra,
se descuidou do mundo e mais nada brotou.

Depois de muita função...
(quem quiser pode pesquisar no google, porque tem tudo lá)
Hades permitiu que Perséfone encontrasse a mãe...
que havia mandado Hermes para buscá-la.

Só que antes da tal Perséfone sair,
o senhor dos mortos, que não era bobo,
habilmente a faz comer da romã.
Acontece que dessa forma ela jamais poderia se separar dele,
pois a romã era a fruta dos mortos...

No fim ela volta pra ver a mãe,
mas retorna para o Hades.
A lenda de Perséfone versa sobre como teriam surgido as estações do ano...as quentes e férteis em que Perséfone passa com Deméter,as frias e sombrias em que ela se encontra com Hades.
Continuando nesse vai e volta pro resto dos tempos
e tornando-se a Rainha do reino dos mortos,
aquela que encaminha os perdidos, que dá a direção aos recém chegados.

Tentei ser sucinta...
talvez tenha perdido um pouco da magia da lenda e algumas de suas sutilezas...
mas pra variar...
o que me interessa aqui é dar a minha opinião,
meu relato egocêntrico (ou nem tanto).


E eis o drama:
Perséfone indica o caminho aos outros...
mas jamais foi capaz de tomar as rédeas do próprio caminho.
No início da lenda está sob a tutela da mãe,
depois de Hades.

Ela não se adonou do próprio destino.
Não foi capaz de prever o rapto, nem tão pouco a armadilha da romã.
Seguiu o vento, a maré, o fluxo.

Era uma deusa sábia, mas eternamente prisioneira.

E a névoa se instala ao meu redor, com o medo e suas incertezas.

quarta-feira, outubro 01, 2008

Quando coisas boas acontecem...

Voltei a falar com a minha terapeuta esses dias...
e a frase que mais ficou na minha cabeça é:
- Por que não se pode aceitar que façam bem pra gente?

Fiquei com ela retumbando...
indo e voltando...
acho que é pra eu chegar a alguma opinião sobre o assunto...
sobre uma possível resposta...

Então eu digo a vocês:
Acho que existem muitas hipóteses válidas!

1 - Porque a gente acha que não merece;
2 - Porque a gente não quer ser feliz sozinho;
3 - Porque a gente quer fazer feliz a si próprio;
4 - Porque a gente tem medo de ser feliz e não ser mais depois;
5 - Porque a gente não acredita em alegrias efêmeras, muito menos em felicidade plena;
6 - Porque a gente tá de péssimo humor e tudo o que é feliz irrita;
7 - Porque a gente é chato;
8 - Por todas as hipóteses acima ou mesmo nenhuma delas!

Eu, particularmente,
acho que tenho algumas dificuldades em deixar que me façam bem,
numa variação entre os itens 2, 3, 4 e 6...
lembrando sempre que achar não é ter certeza.
Num processo de auto-avaliação... foi o que consegui encontrar no momento... enfim...

É tão contraditório dizer que se espera ser feliz na vida e se assustar com o bem que vem de fora...
Estar sozinho é bom, ser feliz sozinho é bom (fundamental eu diria até!),
mas por que não se pode simplesmente receber algo bom de vez em quando?
Por que a gente não pode se desarmar um pouco de vez em quando?

Acho que quando a gente é capaz de ser feliz sozinho,
chega no momento ideal pra se permitir receber o bem de fora!
E depois oferecer a troca.

Ser capaz de viver essas alegrias fugazes
que se compartilham
e depois do fim ainda ser feliz consigo mesmo.

:)