quinta-feira, outubro 23, 2008

Mãos

Eu vejo a escada
e os degraus consecutivamente se sucedem.
Na minha frente uma mão se estende.

Uma mão aberta.

Aberta pra segurar a minha,
aberta pra me dar sua força,
aberta porque não consegue se fechar.

É impossível se negar a essa mão.

Ela é dada de graça.
Não te pede nada,
não te exige nada,
não espera nada
a não ser que você a segure.

E eu seguro.
Alcanço com a minha mão também aberta
essa outra mão que me busca.

São duas mãos na verdade.
Duas mãos.

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