segunda-feira, dezembro 17, 2012

domingo, dezembro 16, 2012

Um abraço.

Um abraço pra você. Um abraço precedido de um bom sorriso e de um olhar terno. Sim, um abraço aberto e macio pra você - com braços em movimentos delicados e desapressados. Um grande abraço pra você. Um abraço em você.

quinta-feira, novembro 08, 2012

Do amor.

Amo nossa simplicidade.
Nossa descomplicação com o que há de mais complexo.
Amo todos os dias e em todos os subsequentes,
porque estamos juntos.
Amo nossa falta de competição e nossa torcida um pelo outro.
Amo amar o amor que és.
Amo-te.
Amo teu abraço macio e sereno.
E te receber no meu colo aberto e acolhedor.
Nossa troca de afeto eterna e cúmplice.
Amo.



sábado, outubro 13, 2012

Sobre o Tatu, a Copa e os Defesnores da Alegria.

Acho que é fundamental a gente se manifestar contra o ato violento que aconteceu no largo. Na minha opinião estamos lidando com um problema imenso e sem fronteiras. O que aconteceu aqui, acontece em muitos outros lugares. Envolvendo pessoas diferentes e circunstâncias geográficas diferentes, mas no fundo diz respeito sempre à mesma coisa: dificuldade em lidar com a raiva e falta de experiência de 
amor na vida das pessoas.

Acho que as pessoas precisam brigar menos e se abraçar mais. O brigadiano que age com estupidez, provavelmente, nunca teve uma experiência de amor e compaixão na vida. E o manifestante que em meio a uma manifestação pacífica atira pedras não consegue lidar de forma positiva com a própria raiva e canalizar para uma atitude mais eficaz.

No entanto, nesse todo, o mais urgente é cobrar das instituições uma posição ativa de controle e fiscalização das atitudes da Brigada. Porque no campo individual a ação é impossível. A corporação, como entidade pública de defesa, está agindo em nome de uma coletividade e deveria ter tomado ações dentro do que lhe cabe: proteger o cidadão e jamais atacá-lo e humilhá-lo.

Que essa experência sirva para que a ação violenta não seja mais creditada como vitoriosa. Qualquer lado que atue de forma violenta está atuando contra toda a humanidade, contra nossa possibilidade de crescimento social. Somos parte de uma totalidade que não diferencia farda, roupa civil ou ausência de vestes. Somos o mundo - e este está em colapso dentro de uma história repleta de guerras que causam dor e têm resultados questionáveis.

Que nossas vozes possam ser brandas quando nossos corações forem violados pela raiva. Que nossos braços sejam fortes para se manterem firmes e ofertarem abraços aos espíritos carentes de afeto. Que nossas palavras encontrem ecos e se repliquem em nome da compreensão e da convivência paícifica entre os distintos.





Sul 21 » Tarso emite nota sobre a a atuação da Brigada nos conflitos de quinta-feira
Sul 21 » Após incidentes em Porto Alegre, pelotões especiais da BM passarão por reciclagem

Da vida que se tem.

A cada dia um passo.
A cada dia mais infinito.
Cores que invadem a casa.
Sol que ilumina o sono dos gatos.

Felicidade de vida pulsante.
De existência que se atinge plena.

Conforto com o que há.
Afagos.

Estar diante do outro. Ver-se.
A cada dia maior.
A cada dia mais forte.
E mais junto.

sexta-feira, agosto 31, 2012

Para o amor que faz forte.


Amo-te.
Com o ar dos suspiros noturnos.
Com a saliva que molha a minha boca.
Amo-te a cada dia e a cada por vir e a cada por veio.
Com o que foi.
Com o que será.
O que é.

quarta-feira, agosto 08, 2012

Pensamento sobre ser feliz.

Pensando sobre ser feliz ou sobre como ser feliz é algo tão precário, tão sutil e tão não transmissível, me veio esta frase.

"Onde mora a felicidade... senão nos inter-meios dos corações."

Que sejam felizes todos os que escolheram caminhos diferentes do meu.
Assim como eu consigo ser feliz, me sinto feliz, desejo a todos a sua própria felicidade!

sábado, junho 30, 2012

O Meio


(Luiz Tatit)

Assim era no princípio
Metáfora pura
Suspensa no ar
Assim era no princípio
Só bocas abertas
Inda balbuciantes
Querendo cantar

Por isso que sempre no início
A gente não sabe como começar
Começa porque sem começo
Sem esse pedaço não dá pra avançar
Mas fica aquele sentimento
Voltando no tempo faria outro som
Porque depois de um certo ponto
Tirando o começo até que foi bom

Por isso é melhor ter paciência
Pois todo começo começa e vai embora
O problema é saber se já foi
Ou se ainda é começo
Porque tem começo que às vezes demora
Que passa um bom tempo
Inda está no começo
Que passa mais tempo
Inda não está na hora
Tem gente que nunca sai do começo
Mas tem esperança de sair agora

Se todo começo é assim
O melhor começo é o seu fim
Um dia ainda há de chegar
Em que todos irão conquistar
Um meio pra não começar

Agora depois do começo
Já estou me sentindo
Bem mais à vontade
Talvez já esteja no meio
Ou começo do meio
Porque bem no meio
Seria a metade

É bom demais estar no meio
O meio é seguro pra gente cantar
Primeiro, acaba o bloqueio
E a te o que era feio começa a soar
Depois todo aquele receio
Partindo do meio, podia evitar
Até para as crianças nascerem
Nascendo no meio, não iam chorar

Diria, sem muito rodeio
No princípio era o meio
E o meio era bom
Depois é que veio o verbo
Um pouco mais lerdo
Que tornou tudo bem mais difícil
Criou o real, criou o fictício
Criou o natural, criou o artifício
Criou o final, criou o início
O início que agora deu nisso

Mas tudo tomou seu lugar
Depois do começo passar
E cada qual com seu canto
Por certo ainda vai encontrar
Um meio para nos alegrar

segunda-feira, junho 25, 2012

Farpas

Todos os dias uma migalha feita de farpas.
Todos os dias farpas de aço cravadas nas unhas.
Unhas roídas de tempo perdido.
Tempo mordido.
Deglutido feito fumaça que engasga.

sábado, junho 23, 2012

Sem título

Quando haverá tempo para se escrever poesia?

Quando a linha entortar
e surgir uma bolha de ar
na lista de compras para o jantar.

Uruguai, como te amo!

Fabulosa participação do presidente do Uruguai na Rio+20.
Como disseram os velhos pensadores, citados nas palavras do Presidente Mujica:
"Pobre não é o que tem pouco, pois é verdadeiramente pobre o que necessita infinitamente muito e deseja e deseja e deseja mais e mais."


sábado, maio 05, 2012

A cada dia que passo.

Des-espero agudo irrompido no peito.
Des-amparo descasado estancado em sangue.
Des-caber em si.
Des-montar pedaços.

A cada dia que passa um a menos na garganta.
Uma voz mais fraca. Uma dor mais de graça.

Perguntas sem respostas.
Telefonemas sem interlocutor.
Um barulho mudo no outro lado.
Mendigando atenção.

A cada dia que passa mais vazio nesse cordão.
Um zunido no ouvido. Uma atrofia de tino.

O gato feroz.

O gato entrou pela janela.
Não gostava de caminhos óbvios.
Gostava de criar aventuras no seu território de sempre.
Então, a cada dia entrava por um lugar diferente.

O gato era preto e também branco.
Uma cor clara e outra escura, o que combinava muito com ele.

Era um gato feroz.
Mas doce como pão de mel.
Tinha o corpo forte.
Garras gentilmente afiadas no sofá.

Gostava de assustar os outros gatos.
Comprava briga pelo pote de ração ou pelo lugar no mirante da janela.
Quando estava triste miava alto em cima da máquina de lavar.
Parecia lobo uivando pra lua.

Lobos parecem mais cães,
mas talvez o gato também parecesse um...
Cãozinho cuidando da casa.
Gato de guarda.
Cuidando de tudo aquilo que parece importante.
Gato que não parece gato, mas que ronrona alto quando ganha colo.


terça-feira, maio 01, 2012

A manhãzinha da gata.

A gata magrela espreita da estante, que fica em cima da cama.
No início da manhã, naquele início bem do início quando o sol ainda nem nasceu,
ela analisa o território humano, observa o sono tranquilo.
Sorrateiramente e devagar, ela aproxima o corpo esguio.
Cheira os cabelos e aproxima os bigodes da pele que arrepia.
A gata mordisca...
mas humanos não gostam de levantar tão cedo.

Ela volta para a estante.
Recria a estratégia, pois somente humanos que estão acordados colocam comida nova no pote!
Faz círculos com o rabo, como dando corda a algum pensamento impressionante.

Pensa no infalível e age de forma rápida:
Com a pata leve, sutilmente, derruba os pequenos objeto da estante sobre a cama!

Paff na cabeça dos humanos sonolentos!

- Acordem, levantem e encham os potes de ração e água.
  Depois, se quiserem, voltem a dormir. -
Ordena a gata.

Um dos humanos abre os olhos.
Mecanicamente levanta, caminha, pega a ração, serve, abre a torneira, enche o pote, volta pelo mesmo caminho, mesmo assim tropeça, chega na cama, volta a dormir.

Agora sim, casa em ordem.
Como uma dama, a gata magrela segue altiva até o pote cheio de ração - fresquinha, crocante.
Um pouco de astúcia lhe cabe muito bem.

domingo, abril 22, 2012

Casa[rio]


Ter casa
casar
criar família
de alegria

I[r]mã poesia.

Encontrar a solidão no outro
como em mim.
Numa palavra exata e imperfeita
perceber fagulhas de inexatidão.
Acompanhar um estar pleno
em um mundo de pequenos pedaços 
desencontrados.

Ouvir quase nada
que vem da boca de quem sequer
consegue existir.
Acompanhar pensamentos
de energia pulsante, vibrante
Ver o não visto e o escondido
em quem precisa existir.

Esquecer rostos falsificados.
Lembrar os desmistificados.

A cada palavra e abraço trocados
uma torrente de afetos.
Afetados corpos e espaço,
tempo e sentidos.
Palavras que olham e tocam,
mas seguem mudas e fantasmagóricas
para os pretensos e fingidos.

terça-feira, fevereiro 14, 2012

Da casa dos gatos

Todos os dias
acordar com miados
com afagos
insistentes
demorados

Abrir os olhos
do teu lado e
espriguiçar
na cama repleta
de pêlos e amor

Somos nós
gato e gente
juntos no afeto
na companhia
harmonia resplandescente