quinta-feira, julho 23, 2009

Do estranho de morrer.

Hoje me despedi de um primo muito querido.

E fiquei pensando...

a morte é estranha.

Uma pessoa morre e simplesmente fica imóvel.
Não respira.
Não se move.
Não fala.
Não sente.

Mas seu corpo e sua imagem estão ali, ainda.

É estranho ver o corpo inerte e sem vida.

É triste ver só um corpo e não mais a pessoa.

Pra onde foi a pessoa?
Como a vida acaba assim simplesmente?
Nesse caso sem fazer alarde, sem avisar, prolongando o sono...
Como isso acontece?

O certo é que todo mundo morre um dia.
Eu também vou morrer.
Vou acabar como um corpo no mundo, somente.

Mas... que energia estranha é essa que anima o corpo...
essa que somos.
Porque não somos o corpo.
E às vezes não conseguimos nos despedir da energia que é o outro.
Fica a saudade e a vontade de dar um abraço, no corpo que ainda sentia e que ainda ligava a energia que somos ao mundo em que vivemos.

Me apego à esperança de que há um reencontro em algum lugar.

quarta-feira, julho 22, 2009

Quem é o impostor?

Às vezes me deparo com frases conhecidas
proferidas por bocas alheias.

Às vezes me sinto roubada,
porque uma palavra minha é sequestrada
e simplesmente se esquece de mim.

Às vezes ouço ou leio um pensamento-filho
n'aquilo que parece plágio, roupa mal costurada, whisky paraguaio.

Me sinto desconfortável
e me pergunto quem é o impostor?

...

O deserto, os recados, as incertezas... são de quem afinal?

segunda-feira, julho 20, 2009

Dia dos'migos.

Pra não passar em branco o dia dos'migos.
Quero que todos sintam-se abraçados!!
:)
(apesar de me parecer mera data comercial, acho sempre válido dizer que gosto muito de vocês!)

beijos bem grandes!

domingo, julho 19, 2009

Gênese

Pra lembrar das origens desse blog...
:)


segunda-feira, julho 13, 2009

O coração imenso.



Era uma vez uma menina com um coração enorme.
Coração tão grande, mas tão grande, que cabia mais de um mundo lá dentro!

Um dia essa menina viu uma flor, tão bonita, mas tão bonita... que se apaixonou.
Deu pra flor um pedaço do enorme coração, ele era tão grande que esse pedaço não faria falta.

A flor ficou com aquele pedaço e cravou em um de seus espinhos.

Doeu.

Mas a menina seguiu e não quis pedir o pedaço de volta.

Outro dia, ela encontrou um golfinho.
Lindo, saltitante, risonho!

Se divertiram tanto, que a menina se apaixonou por ele!

Também, pra ele, ela quis dar um pequeno pedaço do enorme coração.

Ele engoliu.
E ela parou de sentir aquele pequeno pedaço.
Ficou um pequeno vazio.

Ela seguiu e não pôde pedir de volta o pedaço digerido.

Andando por um parque com grama muito verde,
a menina viu um sapo.
E lembrou de uma história que ouvia há muito tempo atrás.

Deu um beijo no sapo.
Mas ele não virou um príncipe como no conto.

Ele esticou sua língua gigante e arrancou de dentro dela mais um pedaço do coração.

Esse foi roubado.

O sapo saltou pra longe e ela nem quis correr atrás.
Deixou ir, ele e o pedaço pequenino que fora roubado de seu imenso coração.

Recentemente a menina resolveu olhar pro seu coração.
Resolveu admirar sua grandiosidade.
Ela queria vê-lo enorme!! cheio de mundos!
Não encontrou.

Procurou dentro do peito...
na cabeça...
no dedo do pé...
vasculhou cada cantinho de si mesma.

Achou um coração pequenino, que não parecia o seu.

Ele estava dentro do estômago.

Achou que tivesse comido o pedaço do coração de alguém,
sem querer,
por engano.

Pegou com a mão.
Dedos frios e trêmulos.
Tinha um anjo tatuado.
Era o seu enorme coração reduzido a um pedaço ínfimo.

Ficou feliz.
Muito feliz.

Embora pequeno,
ainda tinha um coração.
Quem sabe, como o fígado, ele seja capaz de se regenerar e um dia fique imenso de novo!

A menina guardou, dessa vez, o seu pequeno coração em um lugar muito íntimo.
Um lugar que ela própria desconhecia, mas que na procura acabou encontrando dentro de si.

Ele está seguro.
Longe dos espinhos.
Num lugar quente e agradável.
Indisponível pra flores, golfinhos, sapos, caramujos, caranguejos, árvores frondosas, casquinhas de sorvete, pássaros grandes ou pequenos...

:)

sábado, julho 11, 2009

Se ganha, se perde e se é feliz


Amanhã é o primeiro dia de liberdade...
de todos os papéis, livros, conceitos, determinações da palavra, construções de sentido.
Em agosto será a vez da palavra falada, que é som e não rabisco, do olho no olho, do contato direto, da conversa que é diálogo e não mera réplica e tréplica.

Hoje tentei me manter feliz... apesar do sabor de sangue que sinto na boca - em decorrência da insistência do que já não existe, mas que teima em ser fantasma.

Hoje, acho que consegui ser feliz.


Estou feliz por mim:
Por perceber que sozinha eu sou capaz,
que sou sensata em meio à fragilidade do corpo,
que consigo manter foco em mim e no outro - sem abandonar ninguém ao relento.

Estou feliz e orgulhosa por ter coragem de começar a trilhar um caminho longo... mas que parece tanto, finalmente, com a minha vida!

A chuva não caiu, mas os cactus que nasceram da terra árida trouxeram seiva que hidrata e luz que orienta - o deserto se autoregula, cria seu próprio ecossistema.
E é lindo! O deserto é lindo!! É quente e frio, solitário e contemplativo!

E a vastidão do espaço...ahh a vastidão!

Amanhã é dia da liberdade pra percorrer esse horizonte infinito.


:)

sexta-feira, julho 10, 2009

É hoje o dia....

É hoje o diaaaa!
De quê??
Da alegriaaaaa!!!
E a tristeza, nem pode pensar em chegar!!!!


:)