sábado, janeiro 30, 2010

Sobre mim.

Sou como os meus olhos:
verdes apenas para os olhares mais atentos.

:)

quinta-feira, janeiro 28, 2010

Breve descrição de ontem.

Dia vazio.
Tudo parecia intocável.
Inerte.

Mas um arco-iris vem à janela.
Se expande e desaparece.

Ele muda a cor e o tom da voz.
Sorriso que brota como uma flor frágil.

Pausa no dia de pausa, pra respirar.

Há vida na rua. Vida que retorna à mim.

Doces sabores da noite.
Adocicados como fruta boa e doce-de-leite.

:)

quarta-feira, janeiro 27, 2010

Chiquinhas.

Meu nome tem Francisca por causa da mãe do meu pai - a Chiquinha original, de quem herdei o apelido tb.

Mas eu nunca havia me dado conta de que herdei na verdade o nome completo dela, em verdade o nome de casada... porque o nosso sobrenome é o mesmo tb!

"Francisca Almeida de Oliveira"

Acrescente o "Angela" na frente e sou eu.

Muito bizarro isso.

Trapaça.

Fui trapaceada.

E é so isso que tenho pra dizer por hj.

domingo, janeiro 24, 2010

O sacrifício do Minotauro

Ainda carrego resquícios de anos passados.
De coisas vividas ao longe.
Detesto me lembrar de tantas coisas e senti-las ainda tão vivas.

Queria esquecer algumas tantas lembranças,
pra viver apenas do que interessa.

20 e 10 vai ser o ano de cremar a matéria zumbi que resta em mim.
Partes que existem como morto-vivo.
Pedaços mortos de uma vida que ainda pulsa dentro do meu aparelho orgânico,
e que se desfaz fora dele.

Quero ser somente vida vivaz!
Vida que vive em qualquer lugar e que se expande...
que não estagna nem anda em círculos.

Vou sair do labirinto e cometer o sacrifício do Minotauro...
é o sangue dele ou o meu... e eu não quero mais sangrar.

The lynx.

Olhos de lince.

Olho de lince sobre mim.
Presa desatenta.
Cada movimento capturado por olhos sagazes.

Olho de lince que alcança o longe.
Que me caça à distância, mesmo que eu fuja.
Me rastreia, sem seguir pegadas, pelo cheiro, pelo som.

Lince.
Gato arisco.
Morador das florestas densas,
que conhece os segredos e se move em silêncio.
Antecipa meus passos.
Me revela a mim mesma, sem se expor.

Não o vejo.
Não o ouço.
Mas o pressinto.

O lince espreita.
E eu, raposa selvagem, não sei o que quer de mim.

:)

sábado, janeiro 23, 2010

Poema sem nome e em duas vozes.

a brisa sopra folhas em meus ouvidos
algumas são verdes, algumas são secas
tocam suavemente a cartilagem imovel
da minha orelha ainda quente
e ansiosa
e saborosa
as folhas deslizam sobre a roupa amarrotada que encobre o meu corpo
correm alegres por cada morrinho que faz a malha felpuda e doce
aos poucos meus pés se deslocam do chão
minha cabeça pende pra trás e pairo em forma de lua
lua reluzente na noite sombria, clarividente em pleno dia
a música fraca dos lobos uivantes, as pintas bonitas que tenho na fronte
uma floresta que brota de folhas que caem
uma floresta que cai nas folhas em branco
e preenche o vazio de linhas não escritas
em cores e imagens bonitas
em dores suaves inéditas
e movimentos delicados e inebriantes
e tudo que se pode fazer num sábado ensolarado
é se deixar levar pela brisa e pelas folhas que caem

(-escrito por Angela Francisca e Douglas Dickel via Facebook-)

Todas as canções tristes.

Adoro Chico e Tom e Vinicius e Edu...
Adoro aquelas musicas com nome de mulher!
Adoro a delicadeza do que dizem e o modo singelo como tudo o que é profundo se pronuncia!

Mas definitivamente não gosto daquela musica chamada 'Ângela'.
Me disseram certa vez que é uma canção linda, com toques jazzisticos...
Mas não consigo aguentar o tom melancólico, lamento.

Existem, sim, outras tantas canções melancólicas das quais eu gosto...
mas essa é a que não consigo ouvir inteira, sei la por que razão.

Algumas musicas têm vindo em minha direção nos últimos tempos, inclusive!
Sempre musicas tristes, mas bonitas.

Fico a me perguntar se em alguma medida essas canções me refletem?
Eu e minhas perguntas infinitas.

terça-feira, janeiro 19, 2010

Nas Cartas.

Hoje joguei o Tarot.

Ele apareceu como Rainha de Ouros.
Ele apareceu como Rei de Ouros.

Certa vez era Rainha de Copas, era Cavaleiro de Espadas...

Agora é Ouro.

Ele e ele e ele e ele e eu.

Eu...
não tenho coragem de me perguntar ao Tarot.

:)

terça-feira, janeiro 12, 2010

Ave sorrateira.

Do outro lado do oceano existe um pássaro.
De plumagem alva e beleza discreta.
Ele é um ser migratório e por vezes esteve perto de mim.

Quando ao meu lado esteve - guardei algumas plumas.
Plumagem macia.

Mas ao contrario da superfície de seu corpo,
suave ao toque,
seu ser é áspero - irritadiço e arredio.

Ele me bica e fere sempre.

Quando toco suas plumas sai sangue de meus dedos, ainda agora.

segunda-feira, janeiro 11, 2010

Musica pra criança ouvir.

Como pode um peixe vivo viver fora d'agua fria...
Como pode um peixe vivo viver fora d'agua fria...

Descabida.

Sou do tipo de pessoa que se atrapalha com quase tudo.
Do tipo que é mal interpretada.
Do tipo que se des-diz.
Do tipo que não sabe.
Do tipo que não cabe.

:)

Uma casa muito engraçada.

O que é ter uma casa?

O que é uma casa?

De que ela é feita?

Onde encontro a minha?

Tenho me perguntado nos últimos tempos.

Espero as minhas respostas.

domingo, janeiro 10, 2010

O bife.

Gosto de flertar.
Confesso.

Mas me irrita depois de um tempo.

Trata-se de um esporte pra curtas partidas e longos intervalos.

Quando o tempo se prolonga... me sinto um bife.
Um pedaço de mim cortado, pedaço de carne abatida, pronto pra ser deglutido e excretado.

Péssimo isso, eu sei!

Mas é o que sinto.

Me agradam os olhares lânguidos e prolongados... sugestivos e sem palavras.
Me agrada a proximidade dos corpos que evitam o toque mas demonstram que querem.
Me agrada algo meio escorregadio, fugidio e ao mesmo tempo entregue que existe no flerte.

Mas detesto quando de repente tudo isso se transforma num jogo de poder pra ver quem aguenta mais tempo sem fazer nada; uma masturbação pra quem não quer sair de sua acomodada posição; um fantasiar solitário que torna o outro objeto e não mais participante!

A brincadeira divertida vira algo perverso.

E mesmo meu lado masoquista não curte isso.

quarta-feira, janeiro 06, 2010

O barulho la fora.

A importância de ser só.

Ja coloquei essa musica por escrito aqui no blog, mas agora coloco esse vídeo lindo da Elis!!




:)

terça-feira, janeiro 05, 2010

Da nudez.

Ainda me espanto com o espanto de alguns ao se depararem com a nudez dos corpos humanos.

Nascemos nus. Somos naturalmente nus.

O que nos monta e cobre e encobre são mascaras e capas e escudos adquiridos artificialmente.

Percebo que aqueles que mais se chocam com a nudez ou que ficam mais horrorizados com ela, são aqueles que pouco contato têm com a nudez própria.

E dessa vez falo não da nudez do corpo mas a nudez do eu.

São aqueles que desconhecem a si mesmos e escondem de si próprios o seu espírito nu.
São os que ainda acreditam que são o que mostram; que a superfície é o real; e que o que desconhecem não existe.


E a alma vasta e impura de sua própria existência lhes surpreende e assusta.
A nudez.

Pilulas de sabedoria Claudiana:

Seu Cláudio é o dono do bar onde estou fazendo uns 'bicos' desde dezembro passado.
Ele é uma pessoa sabida!

Segue uma pérola proferida ontem à noite:

- A gente tem que se achar, se não ninguém vai achar a gente!

:)

Membros fantasmas.

Passei o revellion na praia.

No caminho de volta lembrei de um pedaço de mim que se foi.
E hoje lembrei de pedaços tantos outros que também se foram.

E me deparei com o seguinte pensamento:

- Eles haviam ido embora muito antes de eu perceber... parece que tenho a síndrome do membro fantasma; um pedaço de mim é amputado e continuo a senti-lo por la.

O Merleau-Ponty fala dessa situação em algum dos seus escritos que li mestrado afora...

Meus membros fantasmas foram amputados também nesse revellion! Todos eles!

Feliz ano que começa!

Feliz 20 e 10 pra todo mundo que de bem houver!!!

E começo o ano com vontade de escrever...

Vontade de escrever coisas curtas, pequenas e repletas!

Abraços e beijos de corpo inteiro pra vocês... porque assim é que é bom!

:)