segunda-feira, outubro 06, 2008

Perséfone

A lenda de Perséfone tem me instigado muito.

Talvez porque enquanto arquétipo... eu tenha me identificado com ela...

e mesmo que eu não queira ela está em mim.

Bom, segundo a lenda (resumidamente e grosseiramente falando):

Perséfone, filha de Deméter, passeava por um prado e colhia narcisos
quando Hades, soberano do reino dos mortos, apaixonado por ela...
a raptou.

Hades levou Perséfone para o Reino Avernal
de onde ela jamais poderia sair sem a sua permissão.

Sua mãe, com a ausência da filha, entrou em tristeza profunda.
Deméter, a deusa da fertilidade, da terra,
se descuidou do mundo e mais nada brotou.

Depois de muita função...
(quem quiser pode pesquisar no google, porque tem tudo lá)
Hades permitiu que Perséfone encontrasse a mãe...
que havia mandado Hermes para buscá-la.

Só que antes da tal Perséfone sair,
o senhor dos mortos, que não era bobo,
habilmente a faz comer da romã.
Acontece que dessa forma ela jamais poderia se separar dele,
pois a romã era a fruta dos mortos...

No fim ela volta pra ver a mãe,
mas retorna para o Hades.
A lenda de Perséfone versa sobre como teriam surgido as estações do ano...as quentes e férteis em que Perséfone passa com Deméter,as frias e sombrias em que ela se encontra com Hades.
Continuando nesse vai e volta pro resto dos tempos
e tornando-se a Rainha do reino dos mortos,
aquela que encaminha os perdidos, que dá a direção aos recém chegados.

Tentei ser sucinta...
talvez tenha perdido um pouco da magia da lenda e algumas de suas sutilezas...
mas pra variar...
o que me interessa aqui é dar a minha opinião,
meu relato egocêntrico (ou nem tanto).


E eis o drama:
Perséfone indica o caminho aos outros...
mas jamais foi capaz de tomar as rédeas do próprio caminho.
No início da lenda está sob a tutela da mãe,
depois de Hades.

Ela não se adonou do próprio destino.
Não foi capaz de prever o rapto, nem tão pouco a armadilha da romã.
Seguiu o vento, a maré, o fluxo.

Era uma deusa sábia, mas eternamente prisioneira.

E a névoa se instala ao meu redor, com o medo e suas incertezas.

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