segunda-feira, agosto 03, 2009

Dos trinta.

Chegar aos trinta anos é uma experiência muito diferente da que a gente tem ao fazer vinte... e por diversos motivos!

Confesso que minha primeira reação, ao perceber que estava perto dos trinta, foi um certo pânico.
Imaginava o meu corpo entrando em decomposição, minha liberdade diminuindo com o peso das responsabilidades e todos os sonhos indo ralo abaixo.
Olhei o preço de todos os cremes anti-rugas da farmácia;
Comprei o livro do Balzac e li num fôlego só;
Deixei crescer o cabelo, porque sempre me pareceu que mulheres mais velhas ficassem melhor de cabelo curto (seria a última chance para cabelos longos como há quinze anos atrás);
Pensei e repensei todas as minhas escolhas;

Percebi minhas fraquezas mais latentes do que nunca,
mas finalmente coloquei meus pés no chão.

E o mais impressionante é que depois de todo esse processo de medo e defesa...
estou adorando fazer trinta!
E estou considerando tudo sob uma nova perspectiva...
talvez uma perspectiva menos de quem tem vinte e mais de quem tem trinta.

Fazer trinta tem muitas coisas pesadas sim,
mas, ao contrário do pessimismo juvenil que as vê como castigo ou prisão,
elas libertam muito mais do que limitam.

Ao chegar aos trinta se está (ao menos espera-se) muito mais sábio do que aos vinte.
A capacidade de aproveitar a vida é muito mais profunda, pois se tem mais calma, menos pressa do que aos vinte.
Aos trinta a gente sabe que nem tudo vale a pena e já se consegue selecionar melhor as experiências a fim de dar qualidade à vida.
A seleção torna-se mais eficiente, pois se tem alguma vivência acumulada e
finalmente a gente chega no momento de a qualidade superar a quantidade!

E melhor: é hora de se sentir seguro sobre os próprios pés!
Toda a insegurança que vem com a adolescência e que, em certa medida, perdura ao longo dos vinte se desmancha a olhos vistos! A gente se sente inseguro sim, com medo sim, mas sabe que não morre disso e que o tamanho do medo e da insegurança é ínfimo em comparação ao desejo de ir adiante.

E... pois é...
nesse momento...
pra mim...
(porque aos trinta a gente também sabe que praticamente tudo na vida é transitório e que a visão de cada um é válida, mas é sempre parcial...)
Pois, eu digo: fazer trinta, pra mim, é muito legal!


p.s. Mas confesso que já comprei meu anti-rugas...
:)

3 comentários:

Drunkability disse...

Para com isso!

Sem medo!

Depois que embala é fácil,mas confesso que algumas vezes queria voltar ter os meus 25 + - com a cabeça que tenho hoje, muito menos "merdas" teriam sido feitas.

Angela Francisca disse...

Simmm isso é fato!!
Mas perdi o medo já... to curtindo horrores!!! Mas conscientemente! E o anti-rugas faz parte disso: consciência de que as rugas chegarão inevitavelmente!! A pele dos vinte anos jamais voltará!
Em compensação... a inteligência e a perspicácia dos trinta não troco por nada - nem pelo rostinho fofo e juvenil que vejo nas fotos de dez anos atrás! Aliás, mais ou menos quando a gente se conheceu! hehehe

Claudia disse...

Lá por volta dos 30, dizem os astrólogos que os astros retornam à posição que ocupavam durante nosso nascimento.

Renasça, maga, renasça com 30 ótimos anos de experiência acumulada. Coisa melhor não há.