domingo, agosto 17, 2008

Ressacas e Tormentas

Hoje tive um péssimo dia!
Depois de uma noite de farra e alegrias múltiplas...
A RESSACA!

Mas não é a ressaca da bebedeira...
porque com a lei seca essa está praticamente impossível!
(mesmo pra quem não dirige, como eu!)

Essa ressaca se aproxima mais da ressaca do mar, sabe?!
Aquela que deixa as águas revoltas e trás pra beira tudo o que havia de impuro nas profundezas!

Hoje eu fui do céu ao inferno.
De lá me mandaram pra um limbo,
de onde não sei ao certo como saí...
apenas suponho.

O fato é que me perdi na tormenta das vaidades.
Da minha... e dos outros também!
Sim, porque não sou eu a única a ter vaidade no mundo.
É um pecado capital ao qual todos estamos sujeitos!

A minha vaidade quando é ferida,
confesso,
é de extremo poder de destruição.
Sei disso.
Tanto sei, que afirmo isso aqui
e admito criar barreiras pra bloquear a sua ação devastadora!
Barreiras podem ser mal interpretadas inclusive...

Minha vaidade,
quando é "atingida",
destrói o "agressor",
mas também destrói "a mim".
E o mais assustador é que ela não tem cérebro
e não pensa se é plausível ou não o que ela faz!

Por saber como ela funciona...
porque convivo com ela há bastante tempo...
sei que se alguns start's não forem acionados ela causa poucos danos!
E eis que aí entram as barreiras que coloquei.
Porque elas existem dentro de uma espécie de manual de uso.
Que a gente cria a partir do que a gente identifica ao longo dos anos, se consegue tempo pra parar e se observar um pouquinho.
Uma questão de auto-conhecimento!

A minha vida toda sempre tentei ME ENTENDER.
Uma atitude egocêntrica?
Sim, com certeza!
Mas que me permite hoje saber distinguir o que é meu e o que é do outro.

(Pois bem...
aqui eu ligo a tormenta com a ressaca.)

Quando o mar se agita e coloca pra fora o que não lhe pertence...
vemos que na profundidade de toda aquela água aparentemente limpa
existe uma imensidão impura.

E digo que com as pessoas pode acontecer a mesma coisa.

Quando as convenções sociais são ignoradas
e as pessoas passam a agir e dizer o que realmente pensam...
muita coisa inesperada vem aos olhos!

A minha vaidade ferida me coloca em ressaca.

Mas imagine a minha ressaca se encontrando com outra ressaca (talvez ainda maior)!

Como diria o Luciano Huck:
Loucura, loucura, loucura.

Tu encontra de tudo!
Não conseguindo relacionar necessariamente todos os pontos uns aos outros.

Duas ressacas.
Uma jogando pra outra coisas que não quer dentro de si,
mas que não pertencem necessariamente àquela que recebe.

Muitas das coisas jogadas pra fora
podem ser algas...sabe?!
Elementos que pertencem ao ecossistema em questão,
mas que por algum motivo não fazem mais sentido lá dentro.

Algas que vem do fundo.
Desconhecidas até pra quem conviveu com elas muito tempo.
E que, até por isso, acabam vistas como objetos estranhos, alheios.
É difícil saber que elas são suas...
Saber que elas sempre te pertenceram...
mas que por agora não cumprirem mais nenhum papel, antes que te sufoquem te saltam à boca e caem fora das tuas águas mais profundas.

Mas como lidar com essa turbulência toda?
Que vem de todos os lados
e suja a praia inteira?

Fazendo uma boa faxina na areia.
Mergulhando bem fundo nas suas próprias águas e tirando de lá o que não serve.
Tirando antes da ressaca pra não perder tempo depois faxinando tudo outra vez!

E o mais bacana é que mergulhando em àguas profundas...
além de evitar a ressaca a gente também encontra os melhores peixes!
Os Peixes Grandes que mais ninguém pode pescar!

Num livro que ganhei de aniversário Em Águas Profundas, o David Lynch diz:
- "As idéias são como peixes. Se você quer pegar um peixinho, pode ficar em águas rasas. Mas se quer um peixe grande terá que entrar em águas profundas. Quanto mais fundo, mais poderosos e mais puros são os peixes. Peixes enormes, abstratos e, realmente, maravilhosos. Quanto mais você expande a consciência - a atenção - mais fundo é seu mergulho na direção dessa fonte, e maior é o peixe que pode pegar."

Eu acredito nisso.
Vou mergulhar.
Acho que tudo vai dar certo.

:)

p.s. E no fim das contas o dia foi dolorido.... mas maravilhoso!

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