quinta-feira, janeiro 15, 2015

Formatura Psicologia UFRGS - 2014/2

Retomando este espaço de escrita, compartilho que hoje fui homenageada.

Mas, mais do que homenageada, eu me senti contemplada, acompanhada.

Foi na formatura dos estudantes da psicologia da UFRGS (onde trabalho atualmente).
Fui servidora homenageada.
E me lembrei de quando escolhi uma representante do corpo técnico da universidade para homenagear na minha graduação.

Lembrei que minhas colegas e eu pensamos que a pessoa agraciada com a homenagem deveria ser alguém que efetivamente fez diferença na nossa formação. Teria que ser uma pessoa que nos deu apoio para realizar as nossas atividades acadêmicas, que auxiliou com a estrutura para que o saber compartilhado pelos docentes pudesse efetivamente fazer parte de nossa prática.
Escolhemos a funcionária responsável pelo guarda-roupa do Departamento de Arte Dramática.
Pensamos na ajuda para escolher os figurinos, no cuidado com a manutenção das roupas e acessórios, na delicadeza com que nos tratava... no carinho com pessoas e objetos.

E penso, então, no que faço: cumprir minhas atividades de organizar a burocracia da universidade e amenizar o impacto da máquina ao humano.
Pra mim é simplesmente o que me cabe como servidora. Aquela que está ali para servir, não de modo servil, mas de maneira dedicada e acolhedora. Como a senhora do guarda-roupa, que hoje não recordo o nome - mas lembro do rosto, do olhar e das conversas.

Trabalho com atendimento ao público, porque gosto de gente.
Me formei em artes cênicas porque acreditava na possibilidade da arte como comunicação privilegiada.
Comunicação entre pessoas. Olho no olho de gente pra gente. Gente que se dispõe ao outro e não se fixa em uma única possibilidade de existência.

Não segui pelo teatro, mas segui com as gentes...com a vida que não se esgota nos planos traçados. Segui me oferecendo a oportunidade:
- de viver o que me é oferecido e ser grata.
E a psicologia me abraça na humanidade a que se propõe.

Me senti muito parte da formatura de hoje, talvez mais do que na formatura da minha própria graduação.
Pois falou-se em liberdade, em respeito, em autonomia.
Valorizou-se a utopia, o sonho de um mundo melhor.

Se desejou felicidade ao outro e não a si próprio.

E é isso.
Felicidade.
Felicidade.
Felicidade.
Felicidade.

Como disse o Joseph Campbell: “Descobri que basta dar um passo na direção dos deuses que eles darão dez passos em sua direção.”

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