segunda-feira, setembro 14, 2009

Autômata

De muito pensar me perco.
Melhor esquecer que há razão.
A tentativa de entender e ter parece cada vez mais vã.

O que me resta?

Resta o silêncio do que não é dito,
a suspensão do movimento que não foi feito,
o deserto, a noite, o rumo, o cantil com água.

Peguei uma estrada.
Caminho no chão de terra-poeira.
Amarela.

Cabeça baixa porque o sol queima o meu rosto.
Pele áspera que se esquiva do toque.
Um gole d'água do cantil que se esvazia aos poucos.
Pés que suam e molham.

Onde a razão é inútil...
o corpo fala e pensa por si.

Autonomia, essa é a palavra.

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