Hoje eu vi a mulher velha.
Me deu vontade de rir.
Mas ela não era engraçada.
A mulher não tinha dentes.
Tinha o rosto enrugado e os cabelos grisalhos de bombril seco, alto.
Vestia azul.
Eu ri de susto.
Da estranheza que a mulher velha provocava
em comparação às imagens de revista, de tv, de outdoor
- habituais em qualquer lugar que se olhe.
Mas depois me comovi com a sua figura.
Altiva ela caminhava.
Enfeitada de azul, de vestido.
Com passos fortes ela andava veloz e decidida pela rua.
A mulher velha e feia,
que parecia sofrida,
era orgulhosa de si mesma.
Cuidava e redefinia a si.
Me tomei em admiração
pela beleza da mulher velha e feia.
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