A gata magrela espreita da estante, que fica em cima da cama.
No início da manhã, naquele início bem do início quando o sol ainda nem nasceu,
ela analisa o território humano, observa o sono tranquilo.
Sorrateiramente e devagar, ela aproxima o corpo esguio.
Cheira os cabelos e aproxima os bigodes da pele que arrepia.
A gata mordisca...
mas humanos não gostam de levantar tão cedo.
Ela volta para a estante.
Recria a estratégia, pois somente humanos que estão acordados colocam comida nova no pote!
Faz círculos com o rabo, como dando corda a algum pensamento impressionante.
Pensa no infalível e age de forma rápida:
Com a pata leve, sutilmente, derruba os pequenos objeto da estante sobre a cama!
Paff na cabeça dos humanos sonolentos!
- Acordem, levantem e encham os potes de ração e água.
Depois, se quiserem, voltem a dormir. -
Ordena a gata.
Um dos humanos abre os olhos.
Mecanicamente levanta, caminha, pega a ração, serve, abre a torneira, enche o pote, volta pelo mesmo caminho, mesmo assim tropeça, chega na cama, volta a dormir.
Agora sim, casa em ordem.
Como uma dama, a gata magrela segue altiva até o pote cheio de ração - fresquinha, crocante.
Um pouco de astúcia lhe cabe muito bem.
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